Santa Casa desmente fechamento de UTI Neonatal depois de doação
Com aporte financeiro na última sexta-feira, serviços são mantidos em Lorena
Rafaela Lourenço
Lorena
A saúde pública de Lorena, considerada referência regional, virou assunto nesta semana sobre a suposta paralisação da UTI Neonatal. Com a doação de recursos provenientes de empresas da Valgroup, os serviços continuarão sendo prestados à população.
Segundo a diretora da Santa Casa de Lorena, Patrícia dos Reis, a entidade não tem a intenção de cancelar ou fechar a UTI Neonatal, mesmo com o déficit mensal que prejudica a gestão financeira do setor há anos, consequência da falta de repasses por meio do Estado e da crise econômica que afeta o País. “O déficit específico da UTI Neonatal é provocado pela grande diferença entre o valor recebido pelo setor da Rede Cegonha de R$ 79 mil por mês, sendo este valor insuficiente até para pagar a equipe médica”, comentou.
Na última sexta-feira a instituição recebeu uma doação da provedora Paola De Gara Geronimi, através das empresas Valgroup, para o auxiliar parte dos atrasos de pagamento e o hospital poder continuar funcionando enquanto aguarda as resoluções junto ao Estado. A diretoria está solicitando auxílio municipal, estadual e federal para conquistar um reajuste no repasse para manter em funcionamento as atividades.
Ainda de acordo com Patrícia, não há atraso no repasse e sim a necessidade de um aumento, já que as tabelas do SUS não são corrigidas há mais de dez anos.
A UTI Neonatal é referência nos cuidados com bebês prematuros para a região, e contribui na diminuição da taxa de mortalidade. Dependendo do caso, as internações chegam há mais de dez dias e os custos para o serviço também. A UTI Neonatal de Lorena já registrou casos de internação por 15 dias que gerou um custo de aproximadamente R$ 30 mil. “A UTI Neonatal da Santa Casa tem dez leitos e, entre seus pacientes, mais de 80% são bebês encaminhados pelo SUS, com casos de longa permanência e alto custo de atendimento”, frisou.
Ainda de acordo com a Patrícia, a diretoria aguarda o pronunciamento do Estado sobre os recursos prometidos para a continuidade dos trabalhos no município.
