Santa Casa de Lorena realiza tratamento percutâneo de doença congênita

Utilizado nos maiores centros cardiológidos, procedimento minimamente invasivo permite a recuperação mais rápida do paciente

Aparelho utilizado durante o procedimento da Santa Casa de Lorena (Foto: Eder Billota)

Da Redação
Lorena

O SantaCor (Centro de Cardiologia Avançada da Santa Casa de Lorena) realizou, na última quinta-feira (13), um o implante de uma prótese amplatz para o fechamento percutâneo de uma CIA (Comunicação Interatrial). O procedimento é característico de grandes centros de referência em cardiologia.

A intervenção foi realizada em uma paciente de 14 anos e é um avanço considerável para Lorena e região em comparação ao tratamento cirúrgico convencional.

Atualmente, são dois tipos de tratamento para a correção da Comunicação Interatrial, o procedimento cirúrgico convencional, que requer a abertura da caixa torácica e a manipulação cirúrgica do coração. O tratamento percutâneo via vasos periféricos, em que uma prótese é inserida no cateter pela virilha do paciente e levada ao coração, sendo posicionada entre o orifício do átrio esquerdo e direito, que deveria estar fechado. Sob a visão do ecocardiograma, a prótese é guiada até o local e liberada do cateter condutor.
“Os procedimentos percutâneos viabilizam menor risco de eventos adversos, menor tempo de internação e, consequentemente, o retorno do paciente as suas atividades o mais rápido possível. Em 15 dias, a paciente poderá retomar as atividades físicas e retornar à escola, normalmente. Com esse tratamento moderno, a gente consegue reduzir o tempo de internação e ter um tratamento tão completo quanto a cirurgia convencional”, explicou o cirurgião cardíaco da Santa Casa de Lorena, Dr. Ailton Carvalho.

A intervenção durou cerca de uma hora e foi liderada pelo Dr. Luiz Heitor, responsável pelo setor de Hemodinâmica do hospital, com o auxílio do Dr. Ailton Carvalho, responsável pelo departamento de cirurgia cardíaca, e pelo ecocardiografista Dr. Carlos Bernini, que fez a monitorização do procedimento. Ao término, a jovem foi transferida para a clínica de internação, onde ficou cerca de 24 horas até receber alta hospitalar, sem a necessidade de passagem pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“A paciente vinha apresentando muito cansaço. Foi quando, a partir desse sinal, a família recorreu à Santa Casa de Lorena, que é referência em cardiologia na região e detentora de um moderno e tecnológico CDI (Centro de Diagnóstico por Imagem), para fazer uma investigação. Através do exame ecocardiograma, evidenciou-se o defeito congênito e a possibilidade do tratamento percutâneo”, explicou o superintendente do hospital, Dario Costa.

A diretoria médica Santa Casa planeja viabilizar tratamentos, que antigamente eram feitos por vias abertas, ou seja, as cirurgias convencionais, e que hoje podem ser feitos por via endovascular, como é o caso do tratamento da estenose de válvula aórtica, tratamento percutâneo da insuficiência mitral com MitraClip e o tratamento das Comunicações Interatriais com a oclusão da comunicação com a prótese amplatz.
“Em breve realizaremos as primeiras cirurgias minimamente invasivas e as cirurgias cardíacas vídeoassistidas, em que não mais precisaremos fazer a abertura do tórax por via mediana. Nós vamos começar a fazer as incisões menores, mais laterais, para cardiopatias congênitas, trocas de válvulas, revascularização. A Santa Casa de Lorena será um dos marcos iniciais para esses tipos de cirurgias também em nossa região”, concluiu o Dr. Ailton Carvalho

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