Pedido por cemitério para animais abre debate sobre descarte incorreto em Lorena

Em moção na Câmara, vereador propõe a criação de espaço para sepultamento; sem área adequada, não são poucos os tutores que enterram pets em quintais e terrenos baldios

Proposta visa a preservação ambiental, para evitar o sepultamento em locais incorretos (Foto: Reprodução)

Eva Maria Dias
Lorena

A despedida dos animais de estimação é um momento doloroso para tutores, que acaba agravado quando não existe uma condição ideal para o sepultamento ou cremação dos bichinhos. Com foco nesta situação, uma proposta debatida na Câmara de Lorena, por meio de moção, sugere a criação de uma área que seria utilizada como cemitério para pets.

Apresentada pelo vereador Adilson Sampaio (Podemos) no último dia 3, a moção aborda a necessidade de um cemitério para animais, pois, sem lugar próprio para descarte, não são raros os casos em que tutores optam por deixar os restos mortais em terrenos baldios, à beira de rios, nas lixeiras públicas ou no quintal de suas casas.

Moradora do Centro da cidade, Mariângela Rocha cuida de Jorge, um pinscher de nove anos. Em seus 75 anos de vida, ela já teve mais de dez cães. “E todos eu enterrei no meu quintal”, revelou Mariângela. Ela enfatizou que como a cidade não existe um local adequado para o descarte, essa foi a maneira que encontrou de se despedir dignamente dos amigos.

Sampaio contou que a dona de um pet shop do bairro Cecap, o questionou sobre o descarte. “Ela disse que no bairro é comum os moradores encontrarem carcaças de animais mortos em terrenos baldios”.

O vereador destacou que a proposta é motivada pela preservação ambiental. De acordo com estudo do laboratório de patologia animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (Universidade de São Paulo), ao se decompor, o corpo produz o necrochorume, que contamina o solo e a água.

Ainda em tramitação, o projeto de lei 215/2.007 apresentado na Câmara dos Deputados, segue à espera de votação em Brasília. A proposta institui o “Código Federal do Bem-Estar Animal”. Em 2019, foi acrescentado ao texto original o PL 5.658 que diz respeito à criação de crematório de animais em cidades com mais de duzentos mil habitantes.

Tutor de duas cachorras, Adenilson Silva (36), afirmou que vai optar pela cremação quando as duas morrem “É para não sujar o meio ambiente e guardar as cinzas dos animais como lembrança”.

Silva conta que pesquisou serviços de cremação na região e descobriu uma empresa em São Jose dos Campos. Pindamonhangaba também conta com o serviço no sistema privado. Os valores teriam variação entre R$ 4 mil e R$ 15 mil para realizar o processo.

“O mais correto seria a construção de um crematório de animais na cidade. Porém, financeiramente, pode não ser viável para o Prefeitura”, comentou Sampaio.

Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a secretaria de Meio Ambiente de Lorena informou que vai estudar a viabilidade da construção de um crematório para animais na cidade. O texto frisou ainda que a questão “envolve uma série de aspectos que precisam ser avaliados e considerados antes de qualquer resposta”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *