Obras de captação de águas pluviais chegam a bairros chaves em Lorena

Trabalho iniciado em fevereiro deve garantir sistema de inibição de alagamentos até período de chuvas

 

Foto: Francisco Assis
Foto: Francisco Assis

Francisco Assis

Lorena

Quase quatro meses após lançar o PCAP (Programa de Captação de Águas Pluviais), a Prefeitura de Lorena chega a uma nova fase do trabalho, que tenta impedir problemas com as chuvas que castigam famílias da cidade. A captação deve atender agora o Bairro da Cruze Industrial.

Assinado no início de fevereiro, o programa consiste na construção de galerias de águas pluviais em diversos pontos críticos de Lorena. Áreas como a Vila Brito e Vila Cida mantinham histórico de problemas a cada chuva forte, com destaque para o período das águas, entre outubro e fevereiro.

Uma prova disso foi a tempestade que atingiu Lorena, seis dias após o anúncio do PCAP, que causou estragos em 15 bairros, entre eles, o Industrial (que teve sete ruas alagadas) e a Vila Hepacaré. A chuva causou o transbordamento do Rio Mandi, afetando Vila Geny, Santa Edwiges, Vila Brito, Bairro da Cruz e Vila Passos.

O rio é um dos focos de vários trabalhos de desassoreamento na cidade. Antes do PCAP, a Prefeitura chegou a investir R$ 1,578 milhão em limpeza, escoamento e construção de galerias. Já o novo programa recebeu investimento de R$ 2,5 milhões. “Esse trabalho vai atender bairros com registros de problemas sérios. Boa parte já foi iniciada, alguns pontos já entregues, como a rua Frederica Sacilotti, que divide a Vila Brito e a Vila Nunes, em frente a escola”, frisou o prefeito Fábio Marcondes (PSDB).

Além da Vila Brito, ruas na Vila Vicentina e Parque Rodovias (às margens da BR 459) já estão com obras adiantadas. A captação vai levar a água da chuva ao Mandi.

O prefeito destacou outros pontos estratégicos, como a rua Amélia Pereira, no Bairro da Cruz, que terá ligação até a praça Mario Covas. O bairro terá ainda, obras na rua Goes Monteiro, com captação desde a rua Genésio Valentim Correa, despejando no rio Taboão. O sistema é considerado complexo, com cerca de nove metros de profundidade e deve ser o único entregue em 2016.

No Industrial, um dos setores com maior histórico de alagamentos, a captação deve atender desde a rua Sergipe até o Parque Mondesir. “Nesta região da cidade, dividimos o trabalho em dois lados. Um vai descer o Industrial, saindo na Cecap, e o outro indo em sentido da Vila dos Comerciários. As duas redes serão distribuídas no rio São João, perto da divisa com Guaratinguetá”, contou Marcondes. O sistema do Industrial deve ser entregue em cem dias.

Sabesp – Enquanto anuncia alto investimento para o trabalho de captação de chuvas para tentar impedir novos alagamentos, a Prefeitura de Lorena enfrenta também dificuldades com a empresa responsável pelo sistema de água e tratamento de esgoto. No início do mês, o município notificou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) após ter que refazer diversos serviços realizados pela estatal.

De acordo com levantamento da secretaria de Obras e Planejamento Urbano de Lorena, a Sabesp não estaria utilizando material adequado para o recapeamento, com destaque para obra de construção de estação de elevatória, o que estaria obrigando a Prefeitura a realizar novo trabalho, menos de um mês depois.

“Temos um problema, que é esse contrato renovado com a Sabesp por trinta anos. É necessária uma revisão no sistema de distribuição de água, o que deveria ser feito em 2010. Não quero colocar a Sabesp como o filho feio, mas ela deve entrar na nova concepção de trabalho, deve seguir padrões, pois é uma contratada”, avaliou o prefeito.

O levantamento mostrou que a Prefeitura vem gastando cerca de 30% a mais para os serviços de tapa-buracos. Apesar da informação de prejuízo, o prefeito disse que pretende manter o trabalho, mas espera mudanças no sistema. “Hoje, 86% da água tratada e distribuída é captada do subsolo. É um desperdício usar essa água rica em qualidade para lavar roupa, carro ou dar descarga. Quando vereador, já falava em mudar isso, captar água do Paraíba da Ponte Nova, para economizar inclusive energia. A Sabesp é uma das maiores consumidoras de energia de Lorena para captar essa água. O sistema em Lorena é antiquado. O momento é difícil, mas conscientizar é importante”.

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