Lorena licita Centro de Eventos com R$ 3 milhões

Espaço de 13 mil m² concentrará festividades do calendário cultural do município; vereadores questionam projeto

Apresentação em Festa das Nações, um dos eventos que faz parte do calendário cultural de Lorena; Centro aguarda licitação (Foto: Reprodução PML)
Apresentação em Festa das Nações, um dos eventos que faz parte do calendário cultural de Lorena; Centro aguarda licitação (Foto: Reprodução PML)

Rafaela Lourenço
Lorena

Um projeto anunciado em 2016 voltou a ser discutido em Lorena: a construção de um Centro de Eventos Municipal. A Prefeitura abriu a licitação de aproximadamente R$ 3 milhões, em ação que recebeu oposição de vereadores, que alegam que não há necessidade para espaço. Com prazo até dezembro de 2020, obra será entregue em seis meses.

Em 2016, a Prefeitura recebeu a doação de uma área de aproximadamente 13 mil m² do empresário Eugênio Boffi situada no bairro Mondesir. Terreno, próximo ao principal acesso da cidade pela avenida Dr. Peixoto de Castro. A doação foi realizada com a finalidade, especificada na lei aprovada na Câmara, de que o espaço seria para a construção de um centro de eventos.

Com um prazo de 24 meses para iniciar as obras, o prefeito Fábio Marcondes (sem partido) passou pelos vereadores, em março, um pedido de prorrogação deste prazo. Tornando 36 meses para o início e mantendo o prazo máximo de conclusão em dezembro de 2020. Para isso, foi aberta uma licitação no valor de R$ 3.391,608,70 para que a empresa vencedora do certame inicie as obras o quanto antes.

De acordo com o secretário de Obras e Planejamento Urbano, Marcos Anjos, o projeto arquitetônico contempla a edificação, áreas verdes, deck, parque e estacionamento.

Dentro da estrutura, será construída uma marquise triangular de 4,5 m de altura e 1.030 m² de área vazada. O espaço contará também com um deck de madeira plástica de 875 m², que avançará sob a lagoa existente no terreno e terá um palco rebaixado, usado como arena para teatro e exposições ao ar livre.

Serão construídos depósitos, sanitários feminino e masculinos com oito baias cada, banheiro para cadeirantes, casa para o caseiro e um estacionamento pavimentado de 2,5 mil m² com noventa vagas, distribuídas em: 68 comuns, 4 para deficientes físicos e 18 para idosos.

Ainda para atender a mobilidade urbana, serão quatro bicicletários e 15 vagas para motos, todas com acesso direto para a área da marquise.

O espaço contará com 2,5 mil m² de paisagismo em pisograma e um gramado de 1.540 m² no restante da área.

Segundo o secretário de Negócios Jurídicos, Adriano Aurélio dos Santos, a área foi doada com encargos, ou seja, uma finalidade específica e avaliada em R$ 5 milhões. Se o centro de eventos não for construído, o Município perde o terreno. “Temos até o dia 31 de dezembro para construí-lo se não construir perdemos a área. Quando você recebe um área com obrigação isso tem que ser passado pela Câmara e eles aprovaram a doação neste termos”, explicou.

O secretário de Obras e Planejamento Urbano frisou que o espaço será utilizado exclusivamente para eventos e festividades clássicas, culturais e religiosas. “Vai receber muito bem a população de Lorena. Se considerarmos três pessoas por metro quadrado, seriam três mil pessoas só na área coberta.

O projeto ficou muito lindo”, salientou Anjos.

A licitação segue aberta e a previsão para conclusão das obras é de seis meses.

Polêmica – A proposta para a construção do Centro de Eventos Municipal foi ligada ao projeto do Executivo para a liberação de empréstimo de R$ 10 milhões junto ao programa da Caixa Econômica Federal, Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). A situação foi colocada em pauta pelo vereador de oposição Élcio Vieira Junior, o Elcinho (PV). Contrário ao empréstimo junto à Caixa, o parlamentar destacou que o centro deveria esperar, já que há necessidade de orçamento para obras.

O vereador, que chegou a chamar o projeto de “salão de festas”, foi rebatido por Santos, que reforçou que a finalidade da área não tem ligação com o orçamento solicitado por Marcondes, já que o Finisa só pode liberar aporte financeiro para ações de infraestrutura, como a pavimentação.

O secretário frisou que há projetos encaminhados ao Legislativo justamente para arcar com obras como de pavimentação, iluminação pública, construção de parques e contenção de margem de rios. “A Câmara sempre soube que nós deveríamos construir o Centro de Convenções. O Município não pode deixar de construir porque é uma obrigação através de lei. Não é tão simples assim”.

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