Lorena conquista aval federal para avançar em projeto de restauração do Solar
Ministério da Cultura autoriza captação de mais de R$ 19 milhões para a obra; prédio histórico abriga Casa da Cultura e secretaria de Cultura
Lucas Oliveira
Lorena
A Prefeitura de Lorena anunciou na tarde da última terça-feira (23) que o Governo Federal autorizou o início do processo de captação de recursos para o restauro e ampliação do Solar Conde de Moreira Lima, prédio que abriga a tradicional Casa da Cultura. Contando com o apoio da Fundação Olga de Sá, o Executivo busca angariar pouco mais de R$ 19 milhões para a execução da obra.
Segundo a nota publicada pela Prefeitura em suas redes sociais, o Ministério da Cultura credenciou em 14 de dezembro do ano passado o Munícipio a iniciar a etapa de captação de recursos junto a pessoas físicas ou jurídicas para o restauro do prédio histórico, que fica na região central da cidade. De acordo com o Município, a pasta federal o autorizou a tentar angariar até R$ 19.106.558,20 para a recuperação do imóvel, que, além da Casa da Cultura, abriga a sede da secretaria de Cultura.
Um dia antes do anúncio da Prefeitura sobre a conquista do aval federal, representantes do Executivo e da Fundação Olga de Sá se reuniram no solar para alinharem os detalhes sobre o início do processo de busca por recursos. Além do prefeito, Sylvio Ballerini (PSD), e da presidente da Fundação Olga de Sá, Irmã Zenilde Fontes, o encontro contou com as participações do diretor-executivo da Fundação Olga de Sá, José Ricardo Flores, do secretário de Cultura, Leandro Meirinho, da secretária de Obras e Planejamento Urbano, Rosana Reis, da secretária de Governo, Fernanda Santiago, e da secretária de Comunicação, Bianca de Freitas. “Já começamos a trabalhar para a captação das verbas que garantirão a restauração completa do Solar Conde de Moreira Lima. Certamente 2024 será um ano muito importante para a área da Cultura em Lorena”, destacou Ballerini.
O trabalho de busca por doadores, tanto em âmbito público quanto privado, que possam contribuir para a viabilização da obra, ainda não conta com uma previsão de conclusão. Já a execução do serviço de restauração e ampliação, que ainda não tem data para começar, terá uma duração de até dois anos.
Histórico – Os trâmites burocráticos para a recuperação do imóvel foram iniciados em 2019 pelo antigo governo municipal, comandado pelo ex-prefeito Fabio Marcondes (sem partido), que solicitou o aval do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) para a execução da obra. Enquanto aguardavam a resposta do órgão estadual, o Município e a Fundação Olga de Sá apresentaram o projeto de adequação do prédio, elaborado pela empresa Arquitetura Plena, durante um evento no Unifatea (Centro Universitário Teresa d´Ávila) no início de junho de 2019. Já no fim do mês seguinte, a Prefeitura investiu R$ 1,3 milhão na aquisição do imóvel junto à Santa Casa de Lorena. Após cerca de um ano de análise do projeto, o Condephaat o aprovou no fim de 2020.
Ao assumir Lorena em 2021, Ballerini deu continuidade ao processo iniciado pelo governo anterior. No fim de outubro do mesmo ano, o prefeito ordenou a realização de uma obra emergencial para tentar frear a deterioração do solar, que acabou fechado no mesmo mês. Supervisionado pela Arquitetura Plena, o serviço de contenção de danos estruturais e reparo no telhado foi feito pela equipe da secretaria de Obras e Planejamento. Devido à pandemia da Covid-19, o prédio foi reaberto apenas em 27 de março de 2023.
Construído em 1832, o solar foi a moradia oficial do conde Joaquim José Moreira Lima Júnior que recebeu no local a visita de grandes nomes da nobreza durante o século 19, como o Imperador Dom Pedro 2º, a Imperatriz Teresa Cristina e a Princesa Isabel. Após o falecimento do conde, em 1926, e a publicação de seu testamento, o espaço foi doado à Santa Casa de Lorena. Com o passar das décadas, o imóvel, que recebeu uma reforma em 1876 e uma ampliação em 1880, teve diversas utilizações como: Orfanato Santa Carlota, Ginásio Escolar Arnolfo de Azevedo, Instituto Santa Tereza e Colégio Sesi. Devido ao seu projeto arquitetônico de estilo neocolonial, o imóvel foi tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat em 1975. Já no fim da década de 1970, o Solar passou a ser utilizado pela Prefeitura.