Lorena amplia ações de apoio às mulheres vítimas de violência

Secretaria de Políticas para a Mulher investe na melhoria do atendimento, em meio à período de recorde de feminicídios no estado

Com aumento de casos de violência contra a mulher, secretaria de Lorena amplia ações em nova sede (Foto: Reprodução)

Andréa Moroni
Lorena

O estado de São Paulo registrou entre janeiro e junho deste ano um aumento de 8,8% nos casos de feminicídio, seguindo tendência nacional. Para dar suporte às vítimas, cidades como Lorena mantém ações como a criação e ampliação da estrutura da secretaria de Políticas para a Mulher e programas de apoio com o Creas (Centro de Referência de Assistência Social) e parceria com a Delegacia de Defesa da Mulher.

Os dados estaduais apontam para um cenário preocupante, principalmente se comparado ao mesmo período de 2023, segundo dados da secretaria da Segurança Pública, que monitora esse tipo de crime desde 2018.

Para facilitar o acesso e tornar os atendimentos mais privados em Lorena, a secretaria da cidade iniciou os trabalhos em nova sede, na esquina da praça Dr. Arnolfo Azevedo, no Centro. “Nós alugamos uma casa grande para poder ter espaço para realizar oficinas, rodas de conversa, cursos. Nossa intenção foi oferecer um espaço seguro para que as mulheres nos procurem e peçam ajuda”, ressaltou a secretária Valéria Fortes, que destacou o trabalho de avaliação sobre qual o melhor caminho para cada caso. “Se é registro na DDM ou encaminhamento ao Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), inclusive estamos conversando com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para garantir atendimento direto às mulheres que nos procurarem”.

Outro órgão que realiza o acompanhamento psicossocial para as vítimas de violência e suas famílias, com o objetivo de orientar e garantir proteção e acesso aos direitos fundamentais é o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

coordenadora do centro e técnica responsável pelo monitoramento da rede privada na proteção especial, Francine Capella, lembrou que além do atendimento individualizado, o Creas atua com demandas particulares, mantendo o sigilo com as ações protetivas. “Também temos o atendimento em grupo que fortalece as relações entre as mulheres e a rede de apoio no combate a violência daquelas que ainda apresentam suas dificuldades e receios de exercer sua autonomia e sair do ciclo da violência”, explicou.

Segundo Francine, o atendimento tem como objetivo também articular com as demais políticas públicas e oferecer orientações frente a violência presente no contexto da vida de cada mulher, mediado pelo profissional técnico (psicólogo e assistente social). Os grupos são reunidos quinzenalmente, nas terças-feiras, às 15h, com a participação de cerca de trinta mulheres “Uma vez ao mês, tem o grupo de integração, onde apresentamos o serviço aos casos novos que foram encaminhados para o Creas acompanhar”, contou.

Dados preocupantes – O número de assassinato de mulheres em âmbito estadual apresentou 124 registros nos primeiros seis meses do ano de 2024, um aumento de 8,8% em relação aos meses de janeiro a junho de 2023, de acordo com levantamento do Instituto Sou da Paz.

No índice de tentativas de feminicídio, o aumento é ainda mais flagrante, com 257 tentativas nos primeiros seis meses do ano. O aumento é de 185,6% na comparação com as noventa tentativas de feminicídios no mesmo período de 2023.

Os dados avaliados pelo Sou da Paz têm como base registros divulgados pela secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Já na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), os índices, da Deinter 1 São José dos Campos       apontoam para leve queda no primeiro semestre de oi casos para cinco, uma queda de 37,5%.

A coordenadora do Creas de Lorena explicou que chagam por semana cerca de dez medidas protetivas do Tribunal de Justiça para acompanhamento na cidade. “Essas medidas vêm sem número de telefone, somente endereço e quando vamos aos endereços muitas vezes as mulheres já saíram da residência ou o próprio agressor assina a nossa solicitação de comparecimento para acompanhamento no Creas”, contou Francine Capella.

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