Clube Comercial convoca associados para finalizar ‘novela’ da auditoria fiscal

Com mais de vinte quatro meses de espera, auditor aponta débito de IPTU e falta de aprovação em projetos

Da Redação

Lorena

O Clube Comercial de Lorena vive mais um capítulo de sua ‘novela’ interna marcada por disputas, ameaças, difamações e uma série de controvérsias entre conselheiros e diretoria executiva. A direção do Clube convocou conselheiros e associados para uma reunião extraordinária na noite da última terça-feira, infelizmente não para anunciar a reconstrução da piscina aquecida (a única semioficial da região) destruída no início da gestão Maria Inês Vieira, muito menos para informar algum novo investimento de relevância no Clube ou até mesmo o reaparelhamento da academia e a reconstrução da infraestrutura da sauna, mas para ‘apimentar’ ainda mais sua questão pessoal contra o ex-presidente Luiz Fernando de Almeida Ribeiro.

Em pouco mais de dois anos na direção do Clube, Inês alimenta e insiste num relatório de uma certa auditoria, contratada logo em seus primeiros dias de administração, com intuito de pesquisar os passos administrativos de seu antecessor e apontar possíveis falhas e desvio de caráter.

A presidente Inês Vieira, ao lado de seu vice, Sergio Euzébio, que tem acusado seu antecessor de má gestão financeira. (Foto: Da Redação/Atos)
A presidente Inês Vieira, ao lado de seu vice, Sergio Euzébio, que tem acusado seu antecessor de má gestão financeira. (Foto: Da Redação/Atos)

Segundo a presidente Inês Vieira, a auditoria focou suas observações referentes aos anos de 2010/2013. Ela iniciou na pauta da reunião explicando o motivo do encontro. “Se você entra numa administração, deve saber o que está acontecendo nela para poder tomar a atitude correta, por isso, convidamos o auditor Pedro Anceles. Eu disse em uma reunião anterior do Conselho que isso não seria uma ‘caça às bruxas’. A minha intenção era apenas saber qual a situação administrativa e financeira em que a instituição se encontrava e, infelizmente, a encontramos numa situação administrativa e financeira péssima”, avaliou.

O ponto alto da reunião foi a explanação de Pedro Anceles e sua alto apresentação como profissional formado em Ciências Econômicas, em Direito e que possui especialização em Controlador da Arrecadação Federal. Além disso, trabalha como auditor fiscal da Receita Federal do Ministério da Fazenda.

Dentre as irregularidades encontradas por Anceles estão: o não pagamento de IPTU durante o período de três anos e a falta de aprovação da Prefeitura para com as obras do Plano Diretor.

A ordem das manifestações contou com outros expositores, como o atual presidente do Conselho Deliberativo do Clube, Leovaldo Luiz da Costa e Silva e que segundo ele, o grupo não está procurando erros ou culpados, mas sim verificando se as decisões tomadas na última administração, foram corretas.  “Não temos uma opinião de ‘foi ruim’ ou ‘foi boa’, mas a auditoria apontou irregularidades e um dos motivos de chamar o auditor foi justamente para nos dar este suporte, pois não seremos levianos de acusar A ou B sem ter provas, mas esperamos que realmente não tenha havido nada demais e que poder dizer que a administração passada foi excelente”, manifestou Leovaldo.

Outro a usar a oportunidade, foi Martin Baria, vice-presidente do Conselho deliberativo da última gestão, que afirmou não haver irregularidades graves nos documentos. “Eu sou contador e entendo de auditorias, pelo relatório que verifiquei, não encontrei nenhuma irregularidade que seja preocupante, os lançamentos contábeis podem haver equívocos e facilmente sanáveis, mas o mais importante de tudo, e que eu sempre falo, é que não houve má fé e nem desvio de verba”, defendeu.

Sobre a acusação do Clube não pagar impostos, Baria diz que isso depende de um planejamento. “Tudo decorre de um planejamento tributário, cada pessoa, cada empresa pode definir se vai realizar o pagamento no momento correto ou postergar, ou seja, é uma decisão administrativa que vai mostrar que não houve má fé de ninguém e que não vai resultar em consequência alguma. Além disso, o valor que não foi pago anteriormente foi utilizado como um capital disponível para o clube e pago num período futuro, parceladamente”, esclareceu.

O ex-presidente Luiz Fernando, que move ação de danos morais contra atual gestora do Clube, esclarece acordo sobre dívida com a Prefeitura. (Foto: Da Redação/Atos)
O ex-presidente Luiz Fernando, que move ação de danos morais contra atual gestora do Clube, esclarece acordo sobre dívida com a Prefeitura. (Foto: Da Redação/Atos)

Outro lado – Procurado pela reportagem do Jornal Atos, o ex-presidente do Clube, Luiz Fernando de Almeida Ribeiro, embora não quisesse se manifestar especificamente sobre as atitudes da presidente em exercício, por estar aguardando o desfecho de uma ação por danos morais que move contra ela na Justiça, adiantou que não foi omisso quanto à dívida do IPTU. “A pendência que o Comercial tinha com a Prefeitura na época, por conta dos impostos atrasados, foi praticamente quitada através de uma permuta com a cessão das dependências do Clube para as atividades da administração pública. Na ocasião, este acordo, que o Clube cumpriu fielmente, foi assinado pelo o prefeito em exercício Marcelo Bustamante, juntamente com seu procurador Jurídico Gustavo Capucho e o secretário de Cultura, Caio Andrade, cuja secretaria era a maior interessada pelo espaço do Comercial”, esclareceu Luiz Fernando.

O engenheiro Céli Melilo, idealizador e autor do Plano Diretor no período de 2009, que modernizou as instalações do clube. (Foto: Da Redação/Atos)
O engenheiro Céli Melilo, idealizador e autor do Plano Diretor no período de 2009, que modernizou as instalações do clube. (Foto: Da Redação/Atos)

Sobre os projetos do Plano Diretor não terem sido aprovados pela Prefeitura, segundo a auditoria, Luiz Fernando informou é uma questão deles consultarem seu antecessor, Celio Melilo, por ser o idealizador. “Este Plano Diretor realmente mudou toda configuração do Clube, tornando-o mais moderno e acessível aos associados, mas foi elaborado e aprovado pelo Conselho Deliberativo em 2009. Minha gestão frente ao Comercial teve início em 2010” explicou.

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