Centro da cultura de Lorena, Solar Conde de Moreira Lima é foco de obras para manter estrutura bicentenária

Prefeitura anuncia trabalhos de contenção em prédio histórico; restauro total segue sem data para início

Casa da Cultura no município de Lorena, que recebe ações para conter avanço de danos (Foto: Lucas Barbosa)

Lucas Barbosa
Lorena

Enquanto a restauração do Solar Conde de Moreira Lima não se concretiza, a Prefeitura de Lorena anunciou na última segunda-feira (25) que promoverá ações para conter o avanço de danos no prédio histórico. Construído há quase dois séculos, o imóvel, popularmente conhecido como Casa da Cultura está fechado para a visitação devido a problemas estruturais.

Em nota publicada na página oficial da Prefeitura na rede social Facebook, a atual gestão municipal, comandada pelo prefeito Sylvio Ballerini (PSDB), revelou que será iniciada, entre 15 e 30 dias, uma obra emergencial para tentar frear a deterioração do Solar, tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) em 1975.

Contando com a supervisão da empresa Arquitetura Plena, contratada desde 2019 para a elaboração do projeto de restauração do imóvel, o serviço de contenção de danos estruturais será executado pela equipe da secretaria de Obras e Planejamento Urbano. A expectativa municipal é que a ação seja concluída em até sessenta dias.

A reportagem do Jornal Atos solicitou à Prefeitura de Lorena mais detalhes técnicos sobre a obra que buscará evitar novos danos no imóvel, mas nenhuma resposta foi encaminhada até o fechamento desta edição.

Em contrapartida, o comunicado publicado pelo Executivo nas redes sociais informou que recentemente foi firmado um contrato entre o Município, a Fundação Olga de Sá e a Arquitetura Plena, que definiu como funcionará o processo de restauração total do Solar. Segundo o Executivo, a Fundação Olga de Sá será a responsável pela captação de R$ 8 milhões, que serão empregados na obra. Assim que iniciada a recuperação do prédio, a Arquitetura Plena terá até 14 meses para concluí-la.

Os trâmites burocráticos para a viabilização da restauração imóvel foram iniciados pela antiga gestão municipal, comandada pelo ex-prefeito Fabio Marcondes (sem partido), que solicitou em 2019 a autorização do Condephaat. Enquanto aguardavam a resposta do órgão estadual, o Executivo e a Fundação Olga de Sá apresentaram o projeto de adequação do prédio, elaborado pela Arquitetura Plena, durante um evento no Unifatea (Centro Universitário Teresa d´Ávila) no início de junho de 2019.  Já no fim de julho, a administração de Marcondes investiu R$ 1,3 milhão na compra do Solar junto à Santa Casa de Lorena. No fim de dezembro de 2020, o Condephaat aprovou a restauração do prédio.

Histórico – Localizado na região central de Lorena, o Solar Conde de Moreira Lima é um dos principais e mais antigos cartões postais da cidade. Construído em 1832, o prédio foi a moradia oficial do conde Joaquim José Moreira Lima Júnior que recebeu no local a visita de grandes nomes da nobreza durante o século 19, como o Imperador Dom Pedro 2º, a Imperatriz Teresa Cristina e a Princesa Isabel. Após o falecimento do conde, em 1926, e a publicação de seu testamento, o espaço foi doado à Santa Casa de Lorena. Com o passar das décadas, o Solar, que recebeu apenas uma reforma em 1876 e uma ampliação em 1880, teve diversas utilizações como: Orfanato Santa Carlota, Ginásio Escolar Arnolfo de Azevedo, Instituto Santa Tereza e Colégio Sesi.

Devido a seu projeto arquitetônico de estilo neocolonial, o imóvel foi tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat em 1975. Já no fim da década de 1970, o Solar passou a ser utilizado pela Prefeitura de Lorena, sediando a secretaria de Cultura e Turismo até 2020. Além de eventos e exposições de arte, o local antes da pandemia da Covid-19 abrigava projetos musicais, artísticos e culturais.

 

 

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