Soliva confirma prejuízo de R$ 2,5 milhões em 2018 na Saeg
Prefeito garante medidas para gerar economia para a companhia em Guará; déficit derrubou Valentim
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
A Saeg (Companhia de Águas, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá) voltou a fechar um ano com prejuízo. Após ter concluído 2017 com as contas no azul, a Companhia fechou 2018 com saldo negativo em R$ 2,5 milhões. O número foi confirmado pelo prefeito Marcus Soliva (PSB) em entrevista na última semana. O problema econômico é o primeiro desafio de Luciano Passoni, que assumiu na última semana como presidente da autarquia, no lugar de Renato Valentim.
Antes de deixar a presidência da Companhia, foi solicitada uma entrevista com Valentim para esclarecimentos sobre as contas de 2018 da Saeg, assim como ocorreu com as contas de 2017, mas o então presidente afirmou que o número ainda não havia sido fechado e, por isso, não poderia atender a imprensa.
Nos bastidores a informação era de saldo negativo acima de R$ 1 milhão. Indagado sobre a saúde financeira da Saeg, que é uma autarquia que tem participação majoritária do Executivo, Soliva afirmou que o déficit foi maior. “O prejuízo da Saeg está previsto em R$ 2,5 milhões para 2018. Em 2017 fechou no azul pois deixamos de fazer, durante seis meses, o repasse para a CAB. Fizemos apenas o da manutenção”.
A suspensão no repasse para a Guaratinguetá Saneamento (antiga CAB) pelo tratamento do esgoto, segundo o prefeito, durou quatro meses e gerou a Saeg uma economia de R$ 3 milhões em 2017. Mas a medida foi temporária e a Companhia viu as contas ficarem no vermelho em 2018. Segundo Soliva, para ajustar as contas será preciso economizar e fazer cortes, como no Arsaeg (Agência Reguladora). “Para gerar resultado positivo nós precisamos economizar gastos, gastos com energia, com o Arsaeg, que custa R$ 700 mil a mais por ano, do que custará com uma nova agência reguladora”, afirmou o chefe do Executivo, que listou uma série de medidas para equilibrar as contas da Companhia como troca de hidrantes e extinção do Arsaeg.
Para Soliva, a inadimplência no município não é alta, mas outros fatores, como o contrato vigente com a Guaratinguetá Saneamento e o repasse feito a Arsaeg são prejudiciais aos cofres da Companhia. “A inadimplência é em torno de 12, 13%, mas outros fatores como extinção do contrato com a CAB podem nos dar uma lucratividade anual. A CAB consumiu da Saeg R$ 80 milhões em dez anos”, explicou.
Agência reguladora – O projeto que define a extinção da Arsaeg está na Câmara e deve entrar em votação até o fim deste mês. A proposta é de autoria do Executivo e visa cortar quase R$ 700 mil por ano com o fim da agência. Caso seja aprovado, outra empresa será contratada para fiscalizar as contas e serviços prestados pela Saeg quanto a água, tratamento do esgoto e coleta de resíduos.