PT tenta reaver material apreendido pela Justiça Eleitoral em Guará
Alegação é de que partido distribuía folhetos com Lula como candidato à Presidência; diretório petista nega e recorre
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
A Justiça Eleitoral de Guaratinguetá recolheu materiais de campanha do diretório municipal do PT. A ordem veio após denúncia de que o partido estaria distribuindo folhetos com o nome do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva como candidato pelo partido, e o de Fernando Haddad (candidato à Presidencia), como seu vice.
A vinculação do nome de Lula foi proibida em todo o País, após a candidatura do ex-presidente ter sido indeferida. Haddad assumiu a campanha, com Manuela D’Ávilla (PC do B) como vice.
Os membros do diretório de Guaratinguetá confirmaram que os folhetos estavam guardados, mas negaram a distribuição indevida. O PT entrou com recurso.
A sede do diretório do Partido dos Trabalhadores foi revirada na última segunda-feira. A ação vasculhou ainda o comitê de campanha do candidato do partido a deputado federal por Guaratinguetá, João Carlos França de Paula Santos, o Dr. João Carlos.
Por volta das 8h30, funcionárias da Justiça Eleitoral levaram materiais de campanha que continham o nome de Lula como candidato. Representantes do partido na cidade alegaram que até folhetos permitidos pela Justiça, contendo Haddad como postulante à Presidência, foram levados.
Presidente do PT em Guaratinguetá, Donaldo Fernandes Araújo, o ‘Doca’, afirmou que o material alvo de denúncia não estava mais em uso. Antes do partido confirmar Haddad como candidato, foram confeccionados materiais de campanha indicando Lula como concorrente à Presidência.
O diretório municipal garantiu que distribuiu os itens até o dia 11 de setembro, data que o PT confirmou o nome de Haddad. Após a confirmação, o diretório municipal recebeu orientações dos diretórios nacional e estadual de que o material com Lula como candidato não poderia ser distribuído. Desde então, segundo Doca, os folhetos permaneceram guardados. “Antes do dia 11 esse material tinha ido para a rua. A partir do momento que o Haddad entrou como presidente, nós paramos de distribuir, mas pode ser que um ou outro tenha ficado por aí”, afirmou.
Questionado se o “por aí” significava ter continuado em circulação nas ruas, Doca respondeu. “Isso, em circulação”.
O número de folhetos no diretório foi drasticamente reduzido e a campanha ficou paralisada na segunda e terça-feira. O partido entrou com uma petição na Justiça Eleitoral para reaver os materiais que indicam Haddad como postulante, e com a publicidade de campanha do candidato a deputado federal. “Se tivessem levado os folhetos constando só o nome ‘Lula presidente’, era uma coisa, só que levaram tudo”, lamentou Doca.
Até o fechamento da edição, o partido ainda não havia recebido uma resposta da Justiça Eleitoral sobre a devolução dos materiais. A campanha referente ao candidato ao governo de São Paulo também foi paralisada, já que os itens do petista chegaram ao diretório no sábado e foram apreendidos na segunda-feira, segundo membros do PT.
A Justiça Eleitoral de Guaratinguetá foi procurada pela reportagem do Jornal Atos para responder sobre a apreensão, mas nenhuma resposta foi encaminhada.