Primeiro semestre registra altos índices de estupro e assusta cidades da região

Pindamonhangaba tem maior número; Guará teve redução de 58% na comparação com 2017

A Delegacia de Defesa da Mulher de Cruzeiro; índice de estupros cresce no primeiro semestre e deixa população da região preocupada (Foto: Andreah Martins)
A Delegacia de Defesa da Mulher de Cruzeiro; índice de estupros cresce no primeiro semestre e deixa população da região preocupada (Foto: Andreah Martins)
Andreah Martins
Região
O Vale do Paraíba fechou o primeiro semestre com 349 estupros. O resultado equivale a 10% a mais que em 2017. Das 15 cidades analisadas pelo Jornal Atos, Pindamonhangaba tem o saldo maior de abusos. Já na contramão dos dados, Guaratinguetá teve redução de 58%.Com vinte ocorrências registradas nos seis primeiros meses do ano, Pindamonhangaba fechou com 12 casos de estupro de vulneráveis. De acordo com a delegada Maria Elisabeth Bassi, a abrangência da lei 12.015/09 auxilia no alto índice computado. “Com a nova lei, todo tipo de molestação sexual é estupro. Os de vulneráveis são para as vítimas de até 14 anos.

A conotação de estupro ficou muito abrangente, pois o ‘propriamente dito’ não chega nem a 1%”.A delegada explicou ainda que os números não demonstram a concretização do crime. “O aumento das denúncias não significa que aumentou os estupros. O aumento foi da consciência das pessoas, por meio das mídias, de que deve ser denunciada qualquer tipo de agressão”, ressaltou.Para qualquer ato de violência, a vítima ou a pessoa que souber do caso pode ir até a Delegacia de Defesa da Mulher mais próxima e fazer o boletim de ocorrência. As autoridades recomendam ainda o “Disque 100” para denúncias anônimas, além do “Ligue 180” para casos contra a mulher.

Nessa mesma direção, o segundo índice mais preocupante foi o de Lorena. A cidade encerrou com 14 estupros, sendo 10 com menores. No ano de 2017 foram apontados 17 casos na mesma época. Cruzeiro também teve um número expressivo, fechou com 12 estupros, sendo que apenas um não é computado como vulnerável.

Os índices menores ficaram com Areias, Silveiras, Queluz, Cunha, Lavrinhas, Canas e Potim que fecharam com uma ocorrência. Cachoeira Paulista, 4, Piquete com 2, Aparecida, 7 e Roseira que não teve estupro.

Em oposição aos números crescentes, Guaratinguetá fechou o período com nove casos registrados, sendo cinco estupros de vulneráveis. O número chega a ser mais de 50% menor que o computado em 2017, que chegou a 21 ocorrências no primeiro semestre.
O Jornal Atos contatou as delegacias de Cruzeiro, Lorena e Guaratinguetá para comentarem, mas até o fechamento desta matéria não recebeu resposta.

Ligue 180 – De acordo com o balanço divulgado pelo Governo no último dia 7, mais de 72 mil denúncias contra a mulher foram realizadas no primeiro semestre. Para se chegar a essa marca, o estudo tomou como base os números de cárcere privado, homicídio, tráfico de pessoas e violência psicológica, patrimonial, moral e física. A maior taxa foi a de violência física, com 34 mil casos.

De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, os relatos podem também ser feitos pelo e-mail ligue180@spm.gov.br. O sistema funciona 24 horas, incluindo feriados e finais de semana.

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