Operação da Defesa Civil intensifica acompanhamento de áreas de risco
Trabalhado de prevenção com foco em alagamentos e deslizamentos deve seguir até março
Da Redação
Região
Os estragos com as chuvas em cidades da região nas últimas semanas ressaltou a preocupação que retorna a cada verão. Uma operação da Defesa Civil regional tenta amenizar os riscos no período, com a participação dos municípios.
Na última quarta-feira, pelo menos quatro cidades registraram sérios problemas de alagamentos, como o que afetou moradores em bairros de Aparecida e outro que deixou carros submersos no estacionamento do Taubaté Shopping.
Em Guaratinguetá, quedas de arvores. A primeira, na avenida Presidente Vargas, na Vila Paraíba, causou estragos totais em um carro. Ninguém ficou ferido. A segunda árvore caiu na rua Vicente de Carvalho, no bairro Campinho. A cidade registrou ainda pontos de alagamento.
Outro município com vários trechos afetados é Pindamonhangaba, que registrou mais de trinta chamadas durante a tempestade de quarta-feira. De acordo com dados da Defesa Civil, a cidade atingiu cinquenta milímetros de água, quantidade esperada para três dias, invadindo casas e o Pronto Socorro da cidade. Internautas chegaram a publicar vídeos com os alagamentos registrados.
Na tentativa de impedir mais perdas, a coordenação regional da Defesa Civil intensificou o trabalho com os municípios em 2015. A “Operação Verão” foi iniciada antes do período da chuvas. “Desde o dia 20 de outubro realizamos um treinamento com as defesas civis municipais para repassar orientações e capacitar os agentes. É um plano preventivo”, lembrou o coordenador de Defesa Civil da Região de São José dos Campos, o capitão Rinaldo de Araújo Monteiro.
Após quarenta dias de trabalho, a operação foi colocada em prática no último dia 1, com previsão de encerramento no dia 31 de março. “É o período mais chuvoso, mas pode ser estendido, dependendo da análise e do acumulado de chuva para abril”, contou Monteiro.
Para a operação, a Defesa Civil pediu aos municípios a entrega de um termo de adesão, mostrando a preocupação com a questão das áreas de risco, com destaque para escorregamentos. Segundo o órgão, praticamente todos os prefeitos assinaram o termo.
Os municípios são monitorados diariamente, com leitores manuais e automáticos, que informam via Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), em convênio direto com a Defesa Civil do Estado. “Conseguimos implantar leitores automáticos, verificando o acumulado de chuva na região. Esse acumulado passa por análise de três em três dias e o município que ultrapassa 60ml, entra em estado de atenção. Neste caso, realizamos vistorias com foco principalmente em áreas de deslizamentos, que geram mais vítimas fatais. Além desse sistema, focamos ainda a previsão meteorológica”, destacou o coordenador. A avaliação das áreas de risco vão de observação, atenção, alerta e alerta máximo.
Moreira lembrou que a atenção está direcionada a todas as 39 cidades da região, mas há pontos de maior preocupação. “Nos últimos anos não temos identificados vítimas fatais, a última foi em São José dos Campos em 2011, no Rio Cumprido. Existem áreas de encostas, que precisam de acompanhamento, como São José, Cunha e Piquete. São áreas mais tensas, com risco de deslizamento e inundação”.
Além da operação, a Defesa Civil do Estado avaliou como positiva o trabalho dos municípios em relação a obras de prevenção. “Passamos para os agentes municipais, que temos uma previsão orçamentária para obras de contensão nas áreas de risco, pontes e muros de arrimo, tudo para evitar riscos e vítimas. Na última semana, encaminhamos uma série de cidades para convênios, tivemos inauguração em Piquete e obras em Cunha. Há um processo licitatório, mas a Defesa Civil tem a intenção de agilizar os trabalhos”, frisou o coordenador.