Novo diretor executivo assume Frei Galvão e projeta missão de recuperar finanças do hospital
Hertes Hassegawa confirma déficit financeiro de unidade, que segue sem CND e com dívidas trabalhistas; plano consiste em ações junto ao Estado
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
O Hospital Frei Galvão apresentou seu novo diretor executivo, em coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (13). Hertes Ufei Hassegawa assumiu o cargo no último dia 6 e ainda se adapta à realidade da unidade, que funciona como referência para pelo menos 17 municípios do Vale do Paraíba. No primeiro contato com a imprensa, pediu paciência para solucionar os problemas financeiros que atingem o hospital nos últimos anos.
Hassegawa é formado em administração e direito e pós-graduado em administração hospitalar. Ele trabalhou no Frei Galvão em 1995. Agora, substitui o ex-diretor executivo José Ricardo de Godoy. Durante entrevista coletiva, o novo diretor afirmou que a realidade financeira de boa parte dos hospitais foi prejudicada durante a pandemia. Questionado pelo Jornal Atos sobre a saúde financeira do hospital, ele confirmou o desequilíbrio.
“Ela (saúde financeira) está deficitária. A gente tem um rescaldo que vem do passado e a pandemia vem agravando isso e agravou mais ainda. O que a gente está tentando hoje é estabelecer um equilíbrio financeiro. Por isso que falei que estou focado nisso, pois ele (equilíbrio) que vai me dizer todas as ações futuras que eu posso executar no hospital, inclusive novos projetos”.
O Hospital Frei Galvão é uma unidade estruturante para a região, em convênio assinado com o Governo do Estado de São Paulo em outubro de 2022. Com a definição, os atendimentos e internações de média e alta complexidade foram ampliados, de acordo com a demanda do atendimento público através do sistema Cross (Central de Regulação de Oferta dos Serviços de Saúde).
O hospital ainda não tem a (Certidão Negativa de Débito). Hassegawa afirmou que a comprovação de quitação dos débitos já foi finalizada. “Faltavam dois documentos que tinham que ser juntados, nós juntamos, mas o procurador entrou de férias e chega dia 20 (próxima quinta-feira)”, justificou.
Segundo Hassegawa, haverá uma reunião com a secretaria Estadual de Saúde em agosto deste ano, para traçar um plano de ampliação de atendimentos e novos projetos. “A gente tem uma audiência agora, para demonstrar toda a situação, que eles já sabem, mas agora de uma forma mais assertiva e com algumas soluções. Não adianta só a gente levar problemas, falar que está ruim. Isso está ruim, mas existem algumas soluções que a gente quer ver se vocês aceitam e pactuam com a gente. Essa é nosso projeto e nossa ideia de momento”, finalizou.
Crise – Em 2018, a gestão do hospital à época confirmou dívidas superiores aos R$ 70 milhões, em uma coletiva realizada para apresentação dos novos gestores. No fim de 2022, rumores indicavam a possibilidade de abertura de falência do hospital. Neste ano, o então diretor, Ricardo Godoy, negou qualquer possibilidade. “Essa informação de decreto de falência vem desde que o hospital existe e isso não era verdade antes, assim como não é verdade hoje”, contou em entrevista ao Jornal Atos, em janeiro de 2023.