Guaratinguetá abre licitação de R$ 3,5 milhões para transporte público
Após uma década de São José e Oceano, edital prevê contrato de 15 anos e alteração no sistema

Francisco Assis
Guaratinguetá
A Prefeitura de Guaratinguetá abriu na última sexta-feira (14) o processo licitatório para a contratação de uma concessionária que vai gerir o transporte público da cidade em 2016. Com o novo contrato, a administração municipal deve implantar mudanças no sistema, hoje realizado por duas empresas.
O trabalho foi foco de polêmicas nos últimos anos. Desde anúncios em reajustes de tarifas a greves de funcionários, as empresas Oceano e São José enfrentaram crises para administrar durante os dez anos em que estiveram responsáveis pelo serviço.
De acordo com o diretor de Trânsito de Guaratinguetá, Marcelo Pazzini, a intenção da Prefeitura é contratar apenas uma empresa para o TUG (Transporte Urbano de Guaratinguetá).
O novo contrato será de 15 anos, com perspectiva de prorrogação por mais cinco. “Na licitação, vencerá a empresa que combinar o menor preço em tarifa, a partir de R$ 3,20, com o maior valor em outorga, a partir de R$3,5 milhões (que será pago em duas vezes em um curto prazo)”, contou Pazzini.
Outra alteração para o TUG é que a responsabilidade pela estrutura externa, como abrigos e pontos, ficará a cargo do governo.
O prazo para a conclusão do processo de licitação é 2 de dezembro. Se o resultado passar sem impugnações ou recursos, o serviço deve ser realizado pela nova empresa a partir de fevereiro de 2016, de acordo com prognósticos da Diretoria de Trânsito da cidade. “Haverá um período para que a empresa vencedora se prepare para assumir o TUG”, destacou Pazzini.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Justiça, Mariano Garcia Rodrigues, garantiu que o edital está completo com pontos “bem delimitados para minimizar o risco de impugnações e recursos”.
Solicitações – Entre os itens no edital apresentado, estão a previsão da bilhetagem eletrônica e a circulação de no mínimo quarenta ônibus com elevadores para acesso de cadeirantes.
É uma vergonha que, após 10 anos de fracasso na execução de uma licitação, agora se ofereçam 15! A experiência deveria servir para adquirir sabedoria… Sem falar na qualidade dos ônibus que circulam pela cidade – e não falo sobre oferecer serviços como wifi nem nada! -, sempre sujos, desconfortáveis, barulhentos (e atrasados).
Será que o novo edital contempla, por exemplo, a integração dos serviços do Transporte Complementar com o TUG, através dos cartões eletrônicos? Isso seria pensar minimamente em oferecer um serviço de transporte público com qualidade, visando ao bem estar do usuário – e não ao lucro dos empresários!
E, ainda sobre a bilhetagem eletrônica, isso significa necessariamente a demissão dos postos de trabalho dos cobradores, através da bilhetagem exclusiva para o pagamento? Ou mantém-se como está, oferecendo bilhete eletrônico e o cobrador? Sem falar que, caso o posto do cobrador seja excluído, acumula-se a função deste sobre os ombros do motorista – o que significa maiores riscos de acidentes, pois a atenção fica dividida entre cobrar e dirigir -, ainda maiores atrasos nas linhas, serviços menos eficientes e, obviamente, maior estresse e comprometimento da saúde do motorista.
Espero que tenham pensado em tudo isso ao elaborar o edital. Caso contrário, mudam-se as peças e mantém-se a ineficácia e a exploração dos usuários.