Guará atinge 158 casos confirmados de dengue em 2019
Mais de 143 são autóctones; Vigilância Epidemiológica faz varredura para conter avanço da doença
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
A época de chuvas se aproxima e a preocupação com a dengue aumenta em muitas cidades da região. Em Guaratinguetá, município que havia baixado consideravelmente os casos da doença nos últimos anos, há um surto de notificações confirmadas. São 158 casos confirmados, dos quais 143 são autóctones, ou seja, adquiridos dentro da cidade.
O combate aos criadouros de larvas do mosquito Aedes aegypti é feito por meio de uma varredura do setor de Vigilância Epidemiológica, que tem realizado visitas domiciliares em regiões do município. De uma maneira geral os casos estão espalhados, mas existem regiões onde o índice larvário é acima da média.
O veterinário do setor de Vigilância Epidemiológica, Felipe Guedes, explicou. “É um número que nos preocupa bastante, pois em 2018 não tivemos nenhum caso registrado no município. Tendo em vista, se você comparar a realidade de outros municípios, nós tivemos um número baixo comparado a outras situações e níveis de infestações e principalmente níveis epidêmicos de outros municípios”.
De acordo com Guedes, o número crescente se deu graças a entrada de um novo sorotipo em todo o estado de São Paulo. Haviam relatos de apenas um relato do sorotipo no estado, o de número um. Segundo o veterinário, com a entrada de um novo sorotipo, facilita que outras pessoas adquiram dengue novamente. “Há relatos em Guaratinguetá de pessoas que tiveram dengue uma, duas vezes aqui no município”.
As aglomerações de casas e imóveis que mais têm preocupado o setor ficam na Nova Guará, Campo do Galvão, Vila Paraíba, Centro e Jardim do Vale. Foi realizado o mapeamento desses pontos, que mais concentram casos confirmados de dengue na cidade. “Nós não direcionamos os trabalhos somente nessas regiões, mas sim em todo o município. Nós inclusive retomamos a atividade de Cata-Bagulho para nos preparamos para 2020, que é um ano que esperamos não ter uma epidemia de dengue”.
Guedes foi indagado sobre o carro de nebulização e descartou que ele seja utilizado. “O fumacê não é uma ação preventiva. A aplicação de inseticida, inclusive há uma confusão com o fumacê, o uso do inseticida só é usado quando há casos de dengue acontecendo no município. Esses inseticidas são aplicados dentro das casas das pessoas e não nas ruas. Nos ralos é aplicado de preventiva durante todo o ano. E dentro da casa das pessoas só é aplicado quando há transmissão acontecendo dentro da cidade. Como não há transmissão acontecendo neste momento, não há aplicação de inseticida”, concluiu.
O Governo Federal é o responsável por ceder inseticidas aos municípios. Atualmente, as cidades não têm estoque de inseticidas pois não houve aquisição por parte da União. Os municípios contam apenas com os larvicidas, que são colocados nos ralos.