Guará aprova distribuição de alimentos reprocessados
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Os vereadores de Guaratinguetá aprovaram de forma unânime o projeto que estabelece as diretrizes da política municipal de erradicação da fome, através da distribuição de um complemento alimentar reprocessado.
O suplemento será distribuído junto à merenda escolar para a rede pública de ensino. O projeto ganhou repercussão por se assemelhar ao Alimento para Todos, do prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB)
Os vereadores acreditam que o projeto é positivo, já que complementará a merenda em forma de biscoitos e farináceos.
Líder do governo na Câmara, o vereador João Pita (PSB), negou que haja qualquer semelhança entre as propostas de Guaratinguetá e São Paulo. “É um pouco diferente. Não se trata de uma ração, nem nada. É uma suplementação alimentar, que como o próprio nome diz, vai suplementar a merenda escolar. Ela é rica em calorias, vitaminas e proteínas. Se trata apenas de um composto”, saiu em defesa, o vereador.
O prefeito Marcus Soliva (PSB) enfatizou que a Prefeitura não pode produzir alimentos, e que a produtora será a Fazenda Esperança. “São alimentos processados. É evidente que todos os alimentos que forem distribuídos em creches tem que passar por uma análise rigorosa, seja in natura ou não. Nós consumimos diversos alimentos que são farináceos, processados, para ter uma durabilidade maior para não estragarem”, destacou.
Ainda de acordo com o prefeito, o Executivo encaminhou à Câmara um projeto de lei para criação de uma política de combate à fome, e não dará nenhum benefício a terceiros. “Não será dada nenhuma isenção de impostos para quem der o alimento para alguma entidade assistencial ou montar algum tipo de negócio”, salientou.
O documento passou pela análise dos vereadores. De acordo com Pita, quando o alimento estiver perto do vencimento, os supermercados e atacadistas da cidade vão disponibilizá-lo para a Fazenda Esperança, onde estará produzindo o suplemento alimentar. Após a aprovação unânime, o documento segue para que o prefeito Marcus Soliva sancione o projeto.
São Paulo – O projeto Alimento para Todos da Prefeitura de São Paulo, foi duramente criticado por processar e reprocessar alimentos. A proposta também institui a política municipal de erradicação da fome e de promoção da função social dos alimentos. Apesar de combater o desperdício, a iniciativa foi rebatida e intitulada de ração para classes menos favorecidas.
Na capital paulista, o granulado, ou farinha nutritiva, poderá ser distribuído nas cestas básicas pelos Cras (Centros de Referência de Assistência) para famílias em situação de risco e vulnerabilidade. Apesar de semelhantes em determinados pontos, tanto o vereador como o prefeito afirmam que os projetos são distintos.