Gestantes não conseguem atendimento de obstetrícia no Pronto Socorro de Guará
Pacientes são encaminhadas para as santas casas de cidades vizinhas; Lorena nega a informação
Da Redação
Guaratinguetá
A busca pelo atendimento em Guaratinguetá não tem sido tarefa fácil para as gestantes da cidade. Sem condições de atendimento, a secretaria de Saúde da cidade estaria encaminhando as pacientes para municípios vizinhos.
A situação precária em que se encontram as santas casas da região tem sobrecarregado o atendimento em outras unidades que estão em pleno funcionamento. As santas casas de Lorena, Guaratinguetá e Aparecida estão entre as poucas que conseguem manter o serviço à região.
Mas mesmo na Terra de Frei Galvão, a situação parece cada vez mais complicada. Nesta semana, uma informação repassada a uma gestante deixou moradores preocupados. Ela precisou procurar um médico obstetra no Pronto Socorro de Guaratinguetá e recebeu a informação de que não haverá mais plantonistas desta especialidade. As grávidas que chegarem à emergência serão encaminhadas para Lorena ou Aparecida.
De acordo com Aline Oliveira, que tem uma prima no oitavo mês de gestação, o hospital disse que não há previsão para que o atendimento seja normalizado. “Ela procurou eles e recebeu a informação de que não teria um obstetra de plantão. Depois, no sábado, ela estava comigo e ligou lá e eles disseram isso também, que não havia mais, o que é um absurdo”.
A gestação, segundo Aline, é de risco. Ela contou que a prima tem tido contrações constantes e que o bebê pode nascer prematuro. “Quando ela foi procurar o médico para apresentar um atestado no trabalho, não tinha. Teve que ir ao posto de saúde próximo da casa dela. Mas como ficam as emergências, então?”
Procurada pela reportagem, a secretária de Saúde de Guaratinguetá, Maria Goret Gonçalves Nitsu Brigido, confirmou que houve a falta de médico, mas ressaltou que foi um problema pontual. “No dia 13, realmente aconteceu falta do GO, que a gente chama ‘gineco obstetra’, no Pronto Socorro de Guará. Antes de qualquer coisa, gostaria de ressaltar que, desde que o PS está nas dependências do Frei, foi a primeira vez que aconteceu a falta de um profissional médico”.
Maria Goret garantiu que o médico teve um problema de saúde e avisou “muito em cima da hora”, e devido ao Dia dos Pais, a secretaria de Saúde, junto com a administração do Frei Galvão, não conseguiu um obstetra para substituí-lo no dia.
A secretária afirmou que para solucionar o problema entrou em contato com a Santa Casa de Aparecida, que estava com falta de médico pediatra, o que impossibilitava a cidade de receber as gestantes, principalmente, em caso de um parto, porque não haveria um profissional de pediatria. Em seguida, Guaratinguetá recebeu as crianças levadas para a Santa Casa de Aparecida e procurou a unidade de Lorena.
Maria Goret afirmou que a situação já foi reestabelecida, e as grávidas estão sendo atendidas normalmente no Pronto Socorro de Guaratinguetá.
Demanda – Saída para os pacientes de Guaratinguetá, o atendimento em Aparecida e Lorena tem ficado cada vez mais sobrecarregado.
Em Aparecida, o coordenador administrativo da Santa Casa da cidade, Matheus Antônio, informou que o atendimento da maternidade tem dificuldades em atender a atual demanda, que contempla, além da própria cidade, os pacientes de Potim, Roseira e Cachoeira Paulista, além dos romeiros que visitam o Santuário Nacional aos finais de semanas e feriados, quando a população flutuante do município chega média de 120 mil pessoas. “Nós já somos, há algum tempo, referência para Cachoeira Paulista. Com essa crise, nosso atendimento tem aumentado bastante e já está complicado”.
Em Lorena, o atendimento é citado por outros municípios com uma referência, mas as reclamações têm sido recorrentes, devido ao aumento de procura, não só dentro do município, mas também por pacientes de outras cidades.
Procurada para comentar a afirmação de que a estrutura da unidade lorenense passaria a atender a demanda de Guaratinguetá, a Santa Casa de Lorena negou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a informação seja procedente. A entidade entrou em contato com a Prefeitura, que contestou a notícia.