Famílias do Pingo de Ouro e Parque das Garças cobram investigação sobre recurso do Finisa e paralisação de obras em Guará
Grupo vai à Câmara pedir detalhes da decisão do Executivo, que suspendeu trabalhos nos bairros; Soliva questiona atuação de parlamentares
Fabiana Cugolo
Guaratinguetá
A sessão de Câmara da segunda-feira (13) foi marcada em Guaratinguetá pela manifestação de moradores dos bairros Pingo de Ouro e Parque das Garças. O grupo procurou os vereadores por conta da paralisação das obras que estavam sendo realizadas com recursos oriundos do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), barrado no Legislativo.
A paralisação dos trabalhos aconteceu após a votação do último dia 8, quando o projeto do Executivo que solicitava crédito adicional suplementar de R$ 23 milhões, foi rejeitado por 7 votos a 3. O valor é remanescente do empréstimo de R$ 50 milhões.
A mobilização dos moradores, de acordo com uma das lideranças do bairro, Geysa Cômodo, de 42 anos, teve como principais objetivos, ouvir os vereadores que votaram contra o projeto e reivindicar uma investigação da Câmara a respeito dos recursos do Finisa. “Viemos aqui pedir esclarecimento para os vereadores e também pedir investigação. Essa é a palavra de ordem do dia. O que foi feito com a primeira parte de dinheiro do Finisa que foi liberado e por que eles não liberaram a segunda? Foi por conta de que não prestaram contas da primeira? Então, a gente quer que investigue tudo isso”, explicou Geysa.
Após o término da pauta da sessão ordinária, os vereadores, com destaque para a oposição, que votaram contra o projeto dos R$ 23 milhões, utilizaram a explicação pessoal para detalharem os motivos do voto. Arilson Santos (Podemos), Vantuir Faria (Podemos), Orville Teixeira (PSD) e Rosa Filippo (PSD) falaram e questionaram a Prefeitura.
Na tribuna, Vantuir apresentou fotos de placas de obras, como a do Centro Esportivo Coopavalpa e Vala de Retenção 1 do Vista Alegre, incluídas ao Finisa e que não contém informações descritas. “Essas fotos foram tiradas hoje. Eu e meu assessor passamos por esses locais. Inclusive, há lugares onde não tem placa, o que é pior ainda”, frisou o parlamentar. “Em qualquer cidade do Brasil é necessário que as placas tenham algumas informações, seja a obra por parte da Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal. É necessário que tenha data de início e entrega da obra, valor do contrato, nome e dados do responsável técnico e nome da empresa que irá executar a obra. Essas placas estão irregulares”, avaliou
O vereador reforçou que o Governo Federal já está ciente da situação, pois as placas identificam que as obras estão sendo financiadas pela Caixa.
Já Arilson Santos questionou o uso dos R$ 23 milhões, sem a liberação na Câmara. “A lei não diz que para iniciar a obra o dinheiro não tem que estar separado? Se ele (prefeito Marcus Soliva – PL) contratou, teve que separar o dinheiro e agora mandou parar, cadê o dinheiro? Ou o prefeito deu um fim ao dinheiro ou o prefeito pulou a fase e arranjou um ‘maluco’ que foi fazer uma obra pra ele sem dinheiro”.
A reportagem do Jornal Atos procurou a Prefeitura, mas não obteve respostas até o fechamento desta matéria. No último sábado (11), o prefeito e seu vice Régis Yasumura (PL), publicaram um vídeo nas redes sociais, abordando a paralisação das obras. Eles frisaram que devem tentar reverter a rejeição do projeto por meio de um abaixo-assinado. “Nós precisamos do apoio da população. Na lei orgânica do município, no artigo 52, diz que se 10% dos eleitores de Guaratinguetá assinarem um abaixo-assinado, esse projeto pode voltar para a Câmara Municipal. Então, nós vamos começar um grande trabalho de mobilização, online e físico com esse abaixo-assinado, para que a gente volte para a Câmara e nós vamos vencer essa luta juntos”, adiantou Yasumura.