Em São José, ministro da Saúde nega recursos de ações no Pronto Atendimento de Aparecida
Occhi descarta ampliação de verba por falta de projetos, e assegura empenho de R$ 3 milhões para Guará
Leandro Oliveira
Da Região
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, cumpriu compromissos de agenda no Vale do Paraíba no início da semana. Em São José dos Campos, Occhi assinou a liberação de recursos para o atendimento oncológico da Santa Casa da cidade e para o Gaac (Grupo de Assistência à Criança com Câncer).
Na ocasião, o ministro assegurou o empenho de mais de R$ 3 milhões para Guaratinguetá, e negou que Aparecida tivesse solicitado ampliação dos recursos destinados ao Pronto Atendimento.
A passagem do ministro pela região foi rápida. Ele participou de apenas uma visita e cerimônia de assinatura de convênios em São José dos Campos, entre um compromisso no Rio de Janeiro e outro em São Paulo.
Após anunciar as verbas para a oncologia na cidade, o ministro atendeu a imprensa local e respondeu sobre o fim do acordo entre Brasil e Cuba, pelo programa ‘Mais Médicos’, e a abertura de um edital para contratação de novos profissionais.
Na pauta regional, Occhi foi questionado sobre recursos prometidos para Guaratinguetá e Aparecida. De maneira enfática, o ministro afirmou que estão empenhados R$ 3 milhões para Guará. Desse total, R$ 2,5 milhões serão utilizados para adequações do novo Pronto Socorro e R$ 500 mil para aquisições de equipamentos para a Santa Casa e Unidades Básicas de Saúde. “Já está empenhado. Na saúde não há cancelamento de restos a pagar”, afirmou.
Vizinha à Guaratinguetá, Aparecida tenta ampliar os recursos recebidos do Governo Federal para as atividades do Pronto Atendimento desde o ano passado. Atualmente, o município recebe da União R$ 56 mil por mês para os atendimentos via SUS (Sistema Único de Saúde). O PA atende moradores da própria cidade e das vizinhas Potim e Roseira. O valor contempla quatro mil atendimentos por mês, mas a unidade hospitalar atende em média seis mil pessoas a cada trinta dias.
Além das três cidades, que com as populações somadas não chegam a cem mil habitantes, o Pronto Atendimento auxilia os romeiros que chegam a cidade. São em média duzentos mil novos peregrinos por semana. Questionado sobre a ampliação de recursos para o município, tendo em vista o grande número de pessoas atendidas, o ministro negou que a Prefeitura tivesse encaminhado um projeto formal.
“Para Aparecida eu não recebi uma demanda específica. Fiz a visita, visitei uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que é muito grande, com recursos já garantidos. E com relação à Santa Casa, ela depende de outros credenciamentos negociados ao Estado de São Paulo”, destacou, referindo-se à UPA em construção na cidade.
Resposta – A secretária de Saúde de Aparecida, Maria Eliane Pereira, a Laine, confirmou que a cidade enfrenta muitas dificuldades em atender a demanda de pacientes dos três municípios com os recursos recebidos mensalmente do Governo Federal. “O único recurso que recebemos via SUS de referência dos três municípios são R$ 56 mil. A Prefeitura coloca dentro do Pronto Atendimento em torno de R$ 490 mil mensais”.
Confrontada sobre a declaração do ministro da Saúde e questionada se o município apresentou projetos oficiais ao Ministério, pela ampliação dos repasses, a secretária respondeu que teve projetos para aquisição de equipamentos, veículos, recursos para o Caps (Centro de Atenção Psicossocial). “Faz um ano que o recurso já está habilitado pelo Ministério, que não nos faz o repasse. O repasse SUS é referente para o atendimento a quatro mil pessoas, mas hoje a gente atende em torno de seis mil pacientes. Não temos um aporte financeiro, está somente a cargo do município”.
A secretária atribuiu a possível falha na apresentação de projetos para ampliação de recursos para o Pronto Atendimento ao período eleitoral, e garantiu que o Executivo tentará uma nova negociação com a gestão do futuro presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que toma posse em 1º de janeiro.