Parceria garante consultas e óculos gratuitos para alunos e detentos em Potim

Projeto, que conta com participação da Prefeitura, secretaria estadual de Segurança e Igreja, atende crianças do 1º ao 9º e presos da P1

Rafaela Lourenço
Potim

Aluno da rede pública de Potim passa por exame de vista, em trabalho que conta com parceria entre poder público e Arquidiocese de Aparecida (Foto: Divulgação PMP)
Aluno da rede pública de Potim passa por exame de vista, em trabalho que conta com parceria entre poder público e Arquidiocese de Aparecida (Foto: Divulgação PMP)
Um trabalho em Potim avançou a perspectiva de atendimento social neste mês. Alunos da rede pública de ensino e detentos da Penitenciária 1 foram contemplados com um projeto que fornecerá atendimento oftalmológico e óculos gratuitos. A ação é resultado da parceria entre a P1, a Arquidiocese de Aparecida, a Prefeitura e a ONG Renovatio. O investimento é de aproximadamente R$ 76,5 mil.Por iniciativa da diretora do Centro de Reintegração e Atendimento à Saúde da P1, Karina Prates, cerca de 570 detentos e 715 alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental receberão os atendimentos da ONG.

Para atender a demanda da cidade, serão dois ônibus com consultórios oftalmológicos adaptados e médicos oftalmologistas. O procedimento é dividido por três etapas: a triagem, já iniciada na última semana, as consultas médicas e a entrega dos óculos, até a próxima sexta-feira.

Segundo Karina, o projeto, inédito na cidade, surgiu após uma alta demanda de queixas de saúde visual na unidade que abriga 1.906 detentos, dos quais 84% parou de estudar no ensino fundamental. “Temos problema de falta de médico oftalmologista na rede, e tínhamos uma parceria com o Hospital de Olhos de São José até conseguíamos a consulta, mas quando eles precisavam das lentes corretivas, e não tinham dinheiro nem os familiares para comprar, eu atendia apenas meia demanda, aí comecei buscar por parceiros e conheci a ONG Renovatio, que presta esse serviço”.

Foi um ano e três meses de contatos com a ONG até a conclusão do projeto ampliado, atendendo também as crianças da cidade e não apenas os detentos.

De acordo com os dados divulgados pela ONG, a dificuldade visual é o terceiro fator responsável pela evasão escolar. “A nossa ideia de amarrar junto com o presídio é de colocar a criança dentro da escola e protegê-la para aprender a não se envolver com questões que não devem, diminuindo possivelmente os índices de criminalidade”.

A prefeita Erica Soler (PR), que investiu cerca de R$ 14 mil para auxiliar o projeto, destacou que desde 2017 a Prefeitura tem realizado parcerias com a unidade prisional. “Esta é mais uma oportunidade do município ser beneficiado com uma unidade prisional. Eles têm muito a nos oferecer, temos apenas que dialogar e aproveitar o máximo das boas parcerias”.

Já a Arquidiocese de Aparecida arcou com R$ 62,5 mil para garantir os atendimentos.

Para Karina, este é um projeto preventivo que atenderá a demanda infantil e dará mais possibilidades para os presos. “Precisamos trabalhar com a inclusão social após a conclusão da pena, mas também contribuir para a prevenção da criminalidade, por uma sociedade mais igualitária. Precisamos unir forças e entender que os problemas sociais são problemas conjuntos”.

Todos os detentos da P1 e os alunos da rede pública que forem diagnosticados com dificuldades para enxergar sairão do atendimento já com os óculos.

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