Dívida com a Prefeitura e racha na diretoria colocam fim à temporada do Guaratinguetá

Clube-empresa pede licença à Federação Paulista e não vai disputar nenhuma divisão após 16 anos

O estádio Dario Rodrigues Leite, onde o Guará já não vai mais jogar na temporada? Volta virou incógnita (Foto: Arquivo Atos)
O estádio Dario Rodrigues Leite, onde o Guará já não vai mais jogar na temporada? Volta virou incógnita (Foto: Arquivo Atos)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Depois da confirmação do pedido de licença do Guaratinguetá à FPF (Federação Paulista de Futebol), os torcedores da Garça passaram a se perguntar sobre os reais motivos que levaram o clube-empresa a abrir mão da temporada. Mesmo que ainda não sejam oficialmente confirmadas, as razões são um racha na cúpula do clube e a dívida aberta com a Prefeitura.

O motivo principal seria o débito de quase R$ 400 mil com o Executivo, dívida herdada de Pedro Panzelli, ex-presidente do Guaratinguetá. Sem a quantia necessária para pagar a conta, o clube não poderia utilizar o estádio municipal Dario Rodrigues Leite.

Aliado a esse primeiro empecilho estava um conflito interno na diretoria do clube. Edinilson Carneiro, presidente da Garça, não estaria por dentro das negociações lideradas por João Telê para o pagamento de parte da dívida.

Na reta final das tratativas, o cartola viajou para um período de férias na Bahia. Essa foi a gota d’água para Telê, que decidiu abandonar a temporada.
“Ele ficou lá (em Salvador) uns dez dias, numa atitude nítida de descaso. Mas a gente cansou. Fizemos uma reunião na sexta-feira, e como já estávamos cansados, decidimos em comum acordo parar por aqui. O presidente foi viajar, mas a diretoria do clube, que é composta por outras pessoas, achou melhor encerrar neste ano”.

Algumas informações internas dão conta de que as discussões entre as partes se arrastam há tempos. A relação entre os dirigentes ficou estremecida depois do pedido de licença à FPF. O grupo deve se reunir nos próximos meses para discutir o futuro da parceria. Existe a possibilidade de que dirigentes deixem o clube.

Edinilson Carneiro foi procurado pela reportagem do Jornal Atos para responder sobre a discussão interna do clube e o licenciamento, mas preferiu não comentar o caso. O secretário de Esportes Joel Pinho também foi procurado, mas não respondeu. A dívida do clube com a Prefeitura continua aberta.

Histórico – Fundado em 1998, o Guaratinguetá se manteve ativo profissionalmente por 16 anos. Da quinta divisão paulista à elite estadual se passaram apenas sete temporadas, com direito ao título de Campeão Paulista do Interior em 2007, a campanha histórica no Paulistão no ano seguinte e as vagas para a Série C do Brasileirão e da Copa do Brasil de 2009 e o acesso à Série B.

A mudança para Americana fez boa parte dos torcedores abandonarem o clube-empresa. Nem o retorno à Guaratinguetá, no fim do ano seguinte, salvou a equipe. Com estádio vazio e sem fortes investidores, a Garça virou moeda de troca.
De Sony Douer, o clube passou a pertencer ao empresário Pedro Panzelli. A boa lábia do então cartola fez o torcedor acreditar em dias melhores, que nunca chegaram.

Ao fim da temporada 2014, Panzelli repassou o clube a João Telê. Desde então a história se resume a rebaixamentos, derrotas e quebra de vínculos com a cidade.

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