Desfiles na Getúlio Vargas destacam saudades, personagens, guerreiros e o samba de Guará
Sem chuva, agremiações coloriram Passarela do Samba no fechamento do Carnaval; quarta de cinzas fecha com apuração
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
A noite de terça-feira (5) foi de muita festa em Guaratinguetá, que fechou o Carnaval com o tradicional desfile das escolas de samba. As arquibancadas ficaram lotadas e a avenida se coloriu. A Presidente Getúlio Vargas deu lugar à Passarela do Samba e às cinco agremiações, que abriram a noite de desfiles às 21h. Em 2019, a ausência ficou por conta da Embaixada do Morro.
A Beira Rio da Nova Guará foi a primeira agremiação a desfilar, após ter pedido afastamento do Carnaval do ano passado, devido a problemas financeiros e administrativos. A ‘Coruja’, como é conhecida, levou para a avenida uma pitada de malandragem no enredo “Da história às Artes, o Brasil de Pedros Malasartes”, escolhido para 2019.
No retorno à competição, a Beira Rio recordou Emília, a boneca de pano do Sítio do Pica Pau Amarelo; o personagem João Grilo, do filme ‘O alto da compadecida’; o anti-herói Macunaíma e até Zé Carioca, que levou o jeitinho brasileiro aos quatro cantos do mundo. A volta, por si só, é considerada um título para a agremiação, como explicou o presidente, Alexandre Rezende, em entrevista ao Jornal Atos. “Significa o fortalecimento do nosso Carnaval”.
A Verde e Rosa de Guaratinguetá, Bonecos Cobiçados, foi a segunda a desfilar. A agremiação do Campinho exaltou o samba e prestou homenagens as agremiações co-irmãs da cidade. Com o enredo “Sonho meu, sonho meu, hoje o samba é só saudade, sonho meu”, a Bonecos citou personagens do Carnaval de Guará e a alegria decretada pelo Rei Momo.
Atual campeã de Guará, Acadêmicos do Campo do Galvão encantou os foliões nas arquibancadas e camarotes. Com 16 títulos, a azul, vermelha e branca manteve a tradição de desfiles luxuosos, com direito a apresentação de gala do primeiro casal de mestre sala e porta bandeira, Claudinho e Seliminha Sorriso. Os Acadêmicos cantaram o enredo “Colônia do Piaguí, eu vim de lá e sou daqui”, que retrata a história do bairro de Guará conhecido pelo número de imigrantes, em sua maioria, italianos.
No sonho de voltar a ser campeã após 27 anos, a Mocidade Alegre do Pedregulho uniu o desejo à realidade. A escola levou para a avenida o enredo “Tatuapé somos nós! A saga de bravos guerreiros”, em homenagem a escola paulistana que foi campeã do Carnaval em 2017 e 2018. A inspiração vinda de São Paulo mexe com os anseios da diretoria da Mocidade, que acreditou na conquista. Com carros alegóricos imponentes, fantasias luxuosas e o samba-enredo cantado por todas as alas, a agremiação fez um desfile surpreendente e deixou a avenida sob os gritos de “é campeã”.
Última escola a entrar na avenida, a Unidos da Tamandaré fechou o Carnaval de Guaratinguetá com chave de ouro. Se o enredo canta sobre “A estrela maior”, a agremiação azul e branca foi um dos pontos máximos da terça-feira de folia. Em gratidão aos artistas, atores e solistas, a bateria ‘Sangue Azul’ pintou a avenida de alegria e incendiou as arquibancadas da Passarela do Samba. A agremiação foi outra a encerrar o desfile sob os gritos de “campeão”.
A apuração do Carnaval de Guaratinguetá será realizada nesta quarta-feira (6), a partir das 15h. São analisados, ao todo, nove quesitos. Os jurados ficaram em cabines no início, meio e fim da Passarela do Samba. Cada quesito tem três jurados. Para evitar empate entre as primeiras colocadas, foram definidos critérios e quesitos desempates.