Com estrutura deteriorada, antiga sede da Prefeitura preocupa moradores em Guará

Hoje vazio, o prédio centenário na praça Homero Ottoni, em Guaratinguetá, já recebeu a sede da Prefeitura e aguarda verba de restauração (Foto: Leandro Oliveira)
Hoje vazio, o prédio centenário na praça Homero Ottoni, em Guaratinguetá, já recebeu a sede da Prefeitura e aguarda verba de restauração (Foto: Leandro Oliveira)

Infiltrações, problemas estruturais e falta de limpeza foram destacadas em requerimento entregue ao Executivo, que aguarda liberação de verba de R$ 6 milhões para reforma geral da construção

Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Antiga sede da Prefeitura de Guaratinguetá, o prédio da praça Homero Ottoni, no centro da cidade, virou requerimento na Câmara Municipal. O vereador Décio Pereira (MDB) apresentou um documento, encaminhado ao Executivo, que questiona a manutenção e projetos para a edificação. Para quem mora próximo à construção centenária, falta mais zelo por parte da administração pública. Em contrapartida, o município aguarda aprovação para captar recursos para uma ampla reforma.O prédio é patrimônio histórico tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e foi inaugurado em 1894 como Teatro Carlos Gomes, um dos principais do Estado à época. Em 1929 o espaço foi adaptado para o funcionamento da Escola de Farmácia e Odontologia de Guaratinguetá. Quatro anos mais tarde, tornou-se sede do Executivo. Há cerca de cinco anos, a Prefeitura trocou de sede e o prédio não foi mais utilizado.Na apresentação do requerimento, imagens internas e externas do prédio foram anexadas, indicando que a edificação está condenada devido a infiltrações e problemas de estrutura. “O munícipe que passa por ali vê um prédio abandonado cheio de mato, parede cheia de bolor com infiltração de água. Nas laterais, criadouros de pombos. Guaratinguetá é uma cidade turística, recebe muitos visitantes, olha a imagem que os visitantes levam da nossa cidade”, afirmou o parlamentar em entrevista.

A declaração do vereador vai de encontro com o que pensam pessoas que moram próximas ao prédio ou que passam com frequência pela região. “A gente teme que o prédio fique abandonado, falta mais cuidado com o patrimônio. Esse prédio conta boa parte da história da cidade e da nossa região. Eu espero que haja uma solução para devolver a vida a ele”, afirmou a aposentada Laíde da Costa, de 66 anos, moradora do Centro.

César Augusto Rezende tem 43 anos, é autônomo e mora no Pedreira. Ele crê que faltou planejamento para a utilização do patrimônio após a mudança de sede do Executivo. “Quem precisava ir à Prefeitura antes, sabe que era um espaço muito pequeno, abafado, principalmente no calor. Não era adequado, mas depois que mudou (de sede), parece que não foi pensado no que esse prédio poderia se tornar, mas ainda dá tempo de corrigir”.

O Executivo confirmou que aguarda aprovação final do Condephaat e liberação de recursos para uma reforma geral da edificação. Por ser um patrimônio histórico tombado, a tramitação até o início das obras é mais demorada, segundo a secretária de Cultura de Guaratinguetá, Aline Damásio. A última aprovação do Condephaat foi feita em outubro, e o município tenta buscar recursos junto ao Governo Federal por meio de leis de incentivo.

“Estamos aguardando o parecer final do Condephaat, que sai como certificado que daqui para frente pode começar a reforma. Mas antes disso, a gente tenta a captação de recursos, visto que é uma demanda grande, pois está bem comprometido, e certamente teremos participação do tesouro municipal, mas temos que fazer a busca com o Governo Federal”, explicou Aline.

A aprovação das obras, pelo Condephaat, não tem prazo para expirar. O Executivo tem pesquisado mecanismos para captação de recursos por meio da Lei Rouanet ou através do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias).

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