Codivap pleiteia recursos com gestão João Doria após corte de verbas no início do ano
Consórcio regional debate saúde, segurança e mobilidade com governo estadual; presidente Sato destaca compromisso por implantação de novos hospitais entre Litoral Norte, Aparecida ou Cruzeiro
Leandro Oliveira
Região
Antes criticado pela falta de resultados, o Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira) trabalha para reforçar o coro de cobranças das cidades da região frente aos governos estadual e federal. Principal bloco político da região, o grupo de prefeitos tem estreitado as relações com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar novos recursos, como destacou o prefeito de Ubatuba e presidente do Consórcio, Délcio José Sato (PSD), em entrevista ao Jornal Atos.
Sato confirmou que há negociações abertas para investimentos na saúde e segurança pública. Entre as medidas, a possível cessão de prédios para instalação de um hospital regional entre Cruzeiro e Aparecida.
A mobilidade também preocupa o consórcio, que cobra melhorias no transporte de veículos e passageiros por meio de balsas entre as cidades de São Sebastião e Ilhabela. A relação mais próxima com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, rendeu ao Codivap mais dinâmica para captação de recursos e liberação de verbas, em especial para o setor de turismo.
Jornal Atos – Qual análise o senhor faz sobre as atuações do Codivap neste ano de 2019?
Sato – O Codivap vem em um novo formato. É sem dúvida nenhuma uma representatividade muito importante para os prefeitos da região. Nós temos tratado com os prefeitos constantemente. Trouxemos o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, o secretário de Segurança Pública e de Saúde do Estado. Estivemos no Palácio dos Bandeirantes discutindo pautas importantes para a nossa região, fomos ao STF (Supremo Tribunal Federal) para discutir os royalties. Nós temos obtido sucesso, tanto que na questão do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias), dos recursos que foram contingenciados logo que o governo entrou, a gente conseguiu junto ao Estado para reverter essa situação. Nós estamos conseguindo pelo menos pagar as obras que já iniciaram, e estamos buscando mais repasses para cumprir com as despesas de obras e serviços.
Jornal Atos – Como tem sido a relação com o grupo de governo de João Doria?
Sato – Muito positiva. Mantemos um bom diálogo com o Marco Vinholi, com a secretaria de Turismo e da Casa Civil. O governador tem anunciado liberação de recursos. Mesmo que sejam aqueles que já estavam conquistados, mas dependem de orçamento, o outro governo deixou algumas pendências e não é fácil para quem entra agora tomar pé de toda a situação para fazer a liberação dos recursos. Mas há um diálogo.
Jornal Atos – Atualmente, quais as principais necessidades dos municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte?
Sato – Em termos de região, a questão da saúde tem sido prioridade para nós. Cada região precisa ter seu hospital regional, para que não acarrete em outras cidades vizinhas. O Litoral Norte, com certeza, seremos contemplados com um hospital regional. A questão de Aparecida e Cruzeiro tem sido muito debatida, sobre essa possibilidade. Não dá tempo de construir um hospital, mas dá tempo de otimizar prédios públicos, do Estado ou da própria Santa Casa, para que se torne referência na região. A gente vê uma grande defasagem nisso.
Jornal Atos – E quanto à segurança pública?
Sato – A gente tem visto a Polícia Militar e as demais polícias integradas, lutando contra os crimes na região, mas ainda somos uma das regiões que tem um dos mais altos índices de criminalidade. O monitoramento de câmeras foi discutido em outros governos e não vimos ainda efetivado. Esperamos que nesse governo isso seja implantado e tenhamos a diminuição da criminalidade na região.
Jornal Atos – Sobre mobilidade, te preocupa, e também preocupa os moradores do Litoral Norte, a questão que envolve a travessia de balsas de Ilhabela para São Sebastião? Essa também é uma discussão que o Codivap pode tomar à frente?
Sato – Sem dúvida, mas os prefeitos, tanto de Ilhabela como São Sebastião, têm tomado essa precaução. A secretaria de Estado já esteve no local. Houveram mudanças na questão das balsas, horários, mas sabemos que ainda falta uma definição. Os prefeitos têm se empenhado. Nós do Codivap temos trabalhado de forma regionalizada, embora tratemos como um todo. As particularidades do Litoral Norte são outras diferentes do Vale Histórico, então estamos separando por regiões para termos mais efetividade nas execuções de demandas nessas regiões, e uma delas é a travessia de turistas, carros e moradores de Ilhabela para São Sebastião.