Assassinato de jovem em Guará amplia dados do feminicídio
Ex-namorado tentou fugir e suicídio após matar mulher com facadas na cabeça, ombro e pescoço
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
A morte brutal de uma mulher de 26 anos chocou a população de Guaratinguetá, nesta terça-feira. Ela foi assassinada pelo ex-namorado, no bairro Bom Jardim. O motivo, principal investigado pela Polícia Civil, seria o fim da relação.
Cenário parecido com o vivenciado por tantas outras mulheres em todo o país. A vítima não teve o nome divulgado pela Polícia Militar, mas deixou dois filhos.
O corpo da jovem foi encontrado pelo irmão, em sua própria casa, por volta das 10h30. O Bom Jardim é um bairro afastado da região urbana, a quatro quilômetros na estrada Tancredo Neves. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a PM foram acionados pelo irmão, mas a vítima já estava sem vida. Segundo informações, foram desferidas facadas nas regiões da cabeça, ombro e pescoço.
O autor do assassinato tem 43 anos e fugiu do local, mas foi encontrado pelos policiais militares, que patrulhavam pela região. Ele tentou cortar o próprio pescoço, mas foi contido pelos PM’s. O acusado foi conduzido ao Pronto Socorro, recebeu atendimento e alta médica e levado à Delegacia de Defesa da Mulher. Ele foi preso por feminicídio.
Avanço – Os casos de homicídios contra mulheres tiveram um aumento de 44% na comparação do primeiro semestre de 2019 nas cidades paulistas. De acordo com levantamento da secretaria de Segurança do Estado. Enquanto nos 12 meses de 2018 foram registrados 57 casos, de janeiro a junho de 2019 foram 82 vítimas, 60 delas em crimes dentro de casa. Ou seja, 73%.
A idades média das mulheres atacadas é de 36 anos. Elas contam há 13 anos com a Lei Maria da Penha, que criminalizou a violência contra a mulher.
O crime passou a ter penalidade mais rigorosa em 2015, mas não tem inibido a ação de agressores, como nesta semana na região, com a maior parte das motivações no fim de relacionamentos.
Em agosto, um menor de 19 anos foi preso em Guaratinguetá por ameaça e violação doméstica, no Clube dos 500. O rapaz foi autuado em flagrante pelos dois crimes, mas já havia descumprido uma ordem judicial e medida protetiva referente à Lei Maria da Penha.
No mesmo mês, no Santa Luzia, a Polícia foi novamente acionada após um homem ter agredido sua companheira e uma outra mulher com tapas e socos, no dia 18. Uma das vítimas ficou inconsciente por alguns minutos. O homem foi preso por violência doméstica e levado à cadeia de Lorena.
No mesmo bairro, dois dias antes, um outro homem descumpriu uma medida cautelar que o proibia de se aproximar de sua ex-mulher. O homem não só se aproximou, como também invadiu a casa e ameaçou a vítima. No dia 14 do mesmo mês, o mesmo homem fez exatamente a mesma coisa, acabou preso, mas foi liberado na audiência de custódia.