Após casos de fake news, audiência na Câmara de Guará debate segurança nas escolas

Reunião no Legislativo teve mais de quatro horas e contou com a presença de autoridades policias, da educação e cobranças de famílias

Audiência pública na Câmara de Guará, que discutiu medidas de segurança nas escolas (Foto: Fabiana Cugolo)

Fabiana Cugolo
Guaratinguetá

A Câmara de Guaratinguetá realizou, na última terça-feira (18), uma audiência pública para debater a segurança nas escolas. A reunião foi pautada nos últimos ataques a escolas por todo país e a criação de perfis falsos na cidade, com publicação de ameaças, que deixaram pais e alunos em alerta no município.

A audiência reuniu autoridades, como a secretária da Educação, Elisabeth Sampaio, o representante do Executivo, Miguel Sampaio e o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Guaratinguetá, Amândio Gavinier. Pelo lado das forças policiais, a Civil foi representada pelo delegado titular da Delegacia Seccional da cidade, Benedito Queiroz, e o delegado assistente da Seccional, Francisco Sannini. A Polícia Militar foi representada pelo comandante da 2ª Companhia de Polícia Militar do 23º BPMI (Batalhão de Polícia Militar do Interior), capitão Wagner Guimarães. Representantes das escolas, diretoria de ensino e conselhos municipais também estiveram na Casa.

A reunião, que durou cerca de quatro horas, contou com a presença de pais, mães, alunos que encheram o plenário da Câmara. Com dias de medo em relação às fake news, parte destes pais, representava grupos de WhatsApp criados por famílias da cidade que se mobilizaram solicitando mais segurança no ambiente escolar. Entre as reivindicações, pedidos como a criação da Guarda Civil Municipal, Operação Delegada, tratamento psicológico para alunos, professores e famílias, detector de metais e ronda escolar.

Um dos presentes na audiência pública, foi a cuidadora de idoso Simone Cavalcante Junho, 41 anos, que tem uma filha de 13 anos matriculada na rede municipal. “Na semana da fake news, minha filha não foi para a escola. Foi a partir daí que criamos o grupo ‘Segurança nas Escolas’, para amenizar a situação, porque foi tenso”, relatou Simone à equipe do Jornal Atos, que ainda opinou sobre a audiência. “A princípio, viemos buscar um bom êxito aqui, mas foi muito falar e pouca ação, no meu ver foi isso”, destacou.

Outro presente na reunião foi o motoboy Brucelin Pagel Miguel, de 33 anos, que é pai de cinco filhos e tem a maioria deles em idade escolar. “Nós estamos lutando e vendo o que pode ser feito pela segurança das crianças nas escolas. Estamos vendo ali (audiência) que não são todas as escolas que têm todos os requisitos que estão falando, e nós também queremos que isso chegue para as escolas humildes, como, proteção, polícia, muros altos. Eu acho que o que a parte da segurança pública de Guará apresentou pra gente, atualizando o policiamento nas escolas, será bom para todos”, frisou.

Ao final da audiência, a reportagem do Atos também conversou com as forças policias. O delegado assistente da Seccional, Francisco Sannini, frisou a importância da união das escolas e das famílias. “Vale destacarmos, com relação especificamente ao trabalho da polícia civil, diferentemente do que foi falado aqui por um cidadão que participou da audiência, a Civil atua após o crime, o trabalho é repressivo”, destacou. “O que todos queremos aqui, na verdade, é que eventos como esse não aconteçam aqui na nossa região. A polícia entra após a verificação da ocorrência de um crime ou possível ocorrência de um crime. A polícia tem esse dever de investigar e identificar esses responsáveis para que sejam punidos e a punição sirva para desestimular outras ações eventualmente criminosas”, explicou.

Sannini acrescentou durante a entrevista, a rápida ação para a identificação dos responsáveis pelas fake news da última semana, que resultou na prisão de um homem de 23 anos e na identificação de uma adolescente de 12 anos (caso encaminhado à Vara da Infância e Juventude), que criaram perfis na internet com ameaças de ataques, e salientou que a Civil deve reforçar o trabalho neste tipo de situação e que as investigações ainda seguem em andamento.

O capitão da PM, Wagner Guimarães, destacou que providências serão tomadas a médio e a longo prazo. “Sabemos da problemática, sabemos da insegurança que as famílias têm, temos estudos de aplicação de maior efetivo para esse monitoramento e rondas escolares, sempre lembrando que segurança pública municipal não se atém somente a essa pauta escolar, nós temos bairros que possuem tráfico de drogas, nós temos o comércio, nós temos farmácias abertas, apoios a eventos, como, futebol e shows, então, a pauta escolar é importante, mas sabendo, que, nós subdividimos em inúmeras funções”, exemplificou. “Estaremos destinando viaturas para a ronda escolar, serão duas por dia mais o efetivo que está disponível para o patrulhamento diário, sabendo que temos as demandas de 190 e outras situações”, adiantou o militar.

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