Vereadores de Cruzeiro arquivam CIP após críticas de Rafic

Comissão foi questionada por contradição em relatório e isentou prefeito de problemas na ESC

Francisco Assis

Cruzeiro

Os vereadores de Cruzeiro arquivaram uma das CIPs (Comissão de Investigação e Processante) abertas para investigar os passos do prefeito Rafic Simão (PMDB). O relatório final da comissão que analisou denúncias na ESC (Escola Superior de Cruzeiro) apontou que não há provas contra a administração.

A comissão investigou as responsabilidades de administradores da ESC-Esefic quanto à acusação de que uma empresa recebeu por serviços não prestados.

O documento entregue pelo relator e presidente da sessão, Charles Fernandes (PDT), apontou que os documentos solicitados na prestação de contas foram entregues e ainda que as dúvidas apresentadas pela CIP não são de responsabilidade do prefeito.

Apenas cinco vereadores participaram da votação, na última segunda-feira, já que o presidente da Câmara Diego Miranda (PSDB), o primeiro-secretário Thales Gabriel Fonseca (PCdoB) e o vereador Juarez Juvêncio dos Santos (PSB), participaram de reunião em São Paulo, que debateu a crise na saúde de Cruzeiro com o secretário estadual de Saúde, Davi Uip. Além deles, Carlos Alberto Ribeiro, o Carlinhos da Stock Car (PR) também não participou da sessão.

Com apenas seis vereadores presentes (cinco votantes), o relatório precisou de apenas três votos favoráveis para o arquivamento da CIP: Antônio Tavares, o Bactéria (PTC), Antônio Carlos Marciano (PTB) e Mário Notharangeli (PT) foram favoráveis.

Já Sergio Antonio dos Santos (PDT) e Marco Aurélio Siqueira (PR) votaram contra o arquivamento. “Votei contrário porque o relatório foi contraditório. Na conclusão, ele apontou que a documentação foi entregue, mas no corpo do texto está informado que não havia documentos entregues”, questionou Siqueira. “Outro argumento é dizer que a responsabilidade pela ESC não é do prefeito. Discordo, porque em se tratando de uma autarquia, acredito que o prefeito responda sim por ela”, destacou o vereador, a ausência dos parlamentares que participaram do encontro na capital paulista não prejudicou a votação do relatório.

A reportagem do Jornal Atos tentou contato com o vereador Charles Fernandes, relator da CIP, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

Braço de ferro – O arquivamento da CIP que tinha o prefeito Rafic Simão vem dias após o chefe do Executivo criticar à Câmara. Na última semana, Rafic chegou a afirmar que os vereadores estariam engessando os atos da Prefeitura para controlar a crise financeira no município.

“A própria declaração do prefeito é contraditória. Ele tenta passar para a câmara uma responsabilidade que é dele. Quase todos os projetos passam. Somente os projetos da carga horária de 6 para 8 horas no funcionalismo e o reajuste da tarifa do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) em 53% que não aprovamos. É injusto ele falar que engessamos”, rebateu Marco Aurélio Siqueira.

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