Servidores de Cruzeiro recebem pagamento depois de dois meses de atrasos

Apenas um dos dois meses de vales alimentação foi repassado; cidade enfrenta crise financeira e Prefeitura garante que busca medidas para conter gastos

Servidor de Cruzeiro trabalha mesmo com atraso de dois meses; Prefeitura acertou parte da dívida nesta terça-feira (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Servidor de Cruzeiro trabalha mesmo com atraso de dois meses; Prefeitura acertou parte da dívida nesta terça-feira (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Após dois meses de espera, a Prefeitura de Cruzeiro efetuou o pagamento de um vale alimentação, dos dois atrasados e do salário referente ao mês de setembro. Cerca de 2.500 funcionários, entre concursados e contratados, viveram a frustração da espera pelo recebimento de seus benefícios.

A crise financeira em que Cruzeiro está afundada afeta toda cidade e entre os mais prejudicados estão os servidores municipais. Após dois meses sem receber o Vale Alimentação e com atraso também no salário, muitos começaram a ter que escolher entre pagar as contas ou colocar comida na mesa.

A merendeira de creche municipal, Edna Souza, relatou a dificuldade financeira que enfrenta e reclama da gestão da atual prefeita. “Há sete anos que eu trabalho na Prefeitura e nós nunca passamos por uma situação tão crítica como agora. Esse mês eu não fiz compra e mal paguei quem eu devo. Moro de aluguel e crio sozinha seis filhas. Minha revolta é porque ela (a prefeita) não tem compaixão com ninguém. Se realmente pensasse no servidor público, não estaríamos no pé que estamos hoje”, comentou a funcionária.

Todo esse problema ocorre durante uma grande crise que a cidade enfrenta. Na última sexta-feira, o Tribunal de Justiça do Estado sequestrou R$ 732 mil dos cofres municipais, como garantia de pagamento de precatórias, reconhecimento judicial de uma dívida da Prefeitura com atuais e ex-servidores municipais.

A ação impede que a Prefeitura receba transferência voluntária e dos repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) através do Tesouro Nacional, informação ao Tribunal de Contas e a inclusão do Município no Cadastro de Inadimplentes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Diante da situação, a população discutiu um suposto decreto de exceção ou calamidade pública. Em ofício enviado ao Sindicato dos Servidores Municipais, o procurador Jurídico, Magno de Abreu, esclareceu que o único decreto expedido, com prazo de vigência até 31 de dezembro, foi o de “Adoção de Medidas de Contenção de Despesas e Economia”.

Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura não informou quais são essas medidas na prática.
No documento, Abreu afirmou ainda que “a prefeita Ana Karin Andrade (PRB) tem total ciência de suas atribuições como mandatária do município” e que dentro de suas prioridades, o pagamento do salário dos servidores está em primeiro plano.

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