Servidores de Cruzeiro querem vale alimentação em dinheiro
Apenas um supermercado aceita o cartão; criticas por pratica de preços altos
Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro
Servidores municipais de Cruzeiro voltaram a reclamar da falta de opções de estabelecimentos para usarem o vale alimentação. O único supermercado, que aceita o cartão como pagamento, tem sido desaprovado por conta dos altos preços dos produtos. A proposta dos funcionários é o repasse do valor em dinheiro vivo.
Atualmente, os lugares credenciados pela operadora que ainda trabalham com cartão de vale são minimercados, um açougue, uma padaria e o Produtor Supermercado. O último é o único que oferece variedade de produtos, mas os valores praticados não cabem no orçamento dos trabalhadores.
Outra queixa recorrente é sobre o suposto aumento dos preços nos dias em que o vale alimentação é liberado. Entre as soluções pautadas pelos beneficiários, a mais sugerida é o recebimento em dinheiro da quantia do vale.
Sobre a proposta, a supervisora do supermercado, Rosana Rocha, garantiu que não há alteração dos valores nesses dias específicos. Ela ressaltou ainda os atrasos e alteração de datas do pagamento do benefício como forma de negar a especulação. “Os produtos desse lugar são de qualidade, mas é o supermercado mais caro da cidade […] Pelo menos depositando o dinheiro podemos comprar onde bem entendermos”, frisou o servidor Jorge Silva.
De acordo com colaboradores municipais, houve uma época em que o vale era repassado em dinheiro depositado na conta corrente, mas uma votação feita em assembleia do sindicato da categoria decidiu a volta do cartão.
Para a servidora Claudia Pereira, a decisão não refletiu a opinião da maioria. “Meia dúzia de pessoas votaram para ser cartão novamente, que não é aceito em muitos estabelecimentos. Quando a gente conversa com os comerciantes, eles dizem que a taxa é muito alta e não vale a pena”, afirmou.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Cruzeiro contou que em 2008 o cartão alimentação foi implantado por reivindicação do órgão e por aceitação da maioria dos servidores. O motivo era que muitos deles possuíam débitos nos bancos, fruto de empréstimos e outras demandas, ocasionando descontos no valor do vale.
O secretário de Administração, Daniel Rezende, explicou que conforme lei municipal aplicável no caso, o benefício do vale não tem natureza salarial.
Rezende afirmou ainda que no edital feito à época, a exigência constante para empresa vencedora da licitação é de que tenha, no mínimo, dez estabelecimentos operando com o cartão.
Apesar da medida estar sendo cumprida, a Prefeitura acredita que deveria ter constado no edital o mínimo de supermercados. A empresa já foi notificada para que outros grandes mercados sejam credenciados.