Saúde amplia atendimento e ações de combate à dengue após aumento de casos em Cruzeiro
Registros estendem serviços para o final de semana e retoma mutirões de limpeza e fiscalização
Rafael Rodrigues
Rafaela Lourenço
Cruzeiro
Próxima de decretar epidemia de dengue, Cruzeiro registrou 153 casos nos primeiros vinte dias do ano, o equivalente a mais de 50% de todos os registros de 2019. Para desafogar o Pronto Socorro, a secretaria de Saúde ampliou os atendimentos do Centro de Acolhimento ao Paciente com suspeita da doença. O serviço é oferecido também aos finais de semana.
Além das unidades de saúde que atendem a população de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h com hidratação oral e coleta de sangue para exames laboratoriais, o Centro ampliou de dias úteis para os finais de semana. O serviço realizado no ARE (Ambulatório Regional de Especialidades), localizado à avenida Minas Gerais, 500, atende aos sábados e domingos das 7h às 19h.
Os registros deste ano ultrapassaram os 50% do ano passado, quando Cruzeiro divulgou trezentas infecções.
De acordo com o secretário de Saúde, Danilo Rezende, os atendimentos eram realizados no Centro de Saúde, mas com o aumento preocupante de casos da doença, os trabalhos passaram para o ARE devido a localidade e acessibilidade a outros espaços da saúde municipal. “A gente já tinha esse trabalho, de segunda-feira à sexta-feira, das 13h às 17h, mas com o aumento de notificações e a preocupação com o quadro regional, resolvemos atender 12 horas por dia no ARE”, frisou.
Até o fechamento desta matéria, o município havia confirmado 153 casos de dengue e 96 aguardavam os resultados laboratoriais. Ainda segundo Rezende, 85% dos focos de criadouro do Aedes aegypti estão nas residências.
O boletim epidemiológico da última quarta-feira revelou ainda os bairros mais afetados: Jardim América, Vila Loyelo e áreas adjacentes como Vila Suely, início do Lagoa Dourada e as proximidades da rodoviária, no Centro.
A secretaria de Saúde retomou os mutirões aos finais de semana para detectar focos do mosquito em terrenos baldios e casas. As atividades são realizadas por agentes de endemias aos sábados. Já as denúncias podem ser feitas pelo WhatsApp (12) 93500-0375.
Região – Os dados sobre a doença em cidades vizinhas também são alarmantes. Potim segue em estado de epidemia. Segundo a assessoria de imprensa, em casos como o do município não há mais resultados laboratoriais pois o Instituto Adolfo Lutz suspende os exames. Atualmente a administração realiza apenas hemogramas para acompanhar o quadro clínico do paciente. A última atualização, registrada no dia 10 de janeiro, apresentou 1,7 mil confirmações de dengue.
Em Lorena, a Comunicação divulgou na última terça-feira 262 notificações, sendo 73 casos positivos, 20 negativos e 169 pacientes aguardando resultado laboratorial.
Guaratinguetá notificou, nos primeiros vinte dias do ano, 198 suspeitas da doença, destas, 58 foram confirmadas, 106 descartadas e 34 pessoas ainda aguardam o resultado dos exames.
No Litoral Norte, a Prefeitura de Ubatuba, que atualiza os boletins de arboviroses todas as terças e quintas-feiras, apresentou 49 notificações, apenas três casos confirmados, sendo um autóctone (contraído no município), dois importados e 39 aguardam respostas.
Em outro extremo, Aparecida apresentou apenas dois casos positivos e seis negativos. Procuradas pela reportagem do Jornal Atos, as prefeituras de Cachoeira Paulista e Piquete não responderam até o fechamento desta edição.