Relatório do Governo do Estado traça perfil das famílias do Batedor

Parte dos moradores deve deixar o bairro; documento promete nortear novas decisões em Cruzeiro

Moradores do Batedor, que esperam uma definição entre Governo Federal e Prefeitura; relatório avalia condições de famílias (Francisco Assis)
Moradores do Batedor, que esperam uma definição entre Governo Federal e Prefeitura; relatório avalia condições de famílias (Francisco Assis)

Da Redação
Cruzeiro

As mais de cem famílias que moram no bairro Batedor, na Zona Rual de Cruzeiro, assistiram nesta semana a mais um capítulo da triste realidade que vivem, depois de decisão judicial determinar a saída dos moradores do local, por considerá-lo uma APP (Área de Preservação Permanente).
Acompanhada da secretária municipal de Desenvolvimento Social, Claudia Silva, a prefeita Ana Karin de Almeida (PRB) recebeu das mãos do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o relatório final referente aos 102 cadastros técnicos com vistas à elaboração de diagnósticos da aptidão dos ocupantes da fazenda Batedor de Cruzeiro, desenvolvido pelo Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo).
A partir de agora, caberá ao juiz da 3ª Vara de Cruzeiro, Claudionor Contri Junior, uma decisão final sobre o caso. O documento garante, porém, a permanência de algumas famílias.
O Executivo não informou o número exato, mas especula-se que cerca de 13 famílias deverão continuar morando no Batedor, já que elas, comprovadamente, estão há muito tempo no local, e vivendo única e exclusivamente da agricultura.
Em 2014, o magistrado havia alertado a Prefeitura para que tomasse as devidas providências, estipulando outubro de 2015, o prazo final para retiradas das pessoas da área, correndo o risco de ter que arcar com uma multa diária de R$ 50 mil. Mas com a contratação do órgão estadual, a Justiça liberou o pagamento desde que a municipalidade cumprisse o TAC (Termo de Ajuste de Conduta).
O documento será encaminhado à Justiça para que as medidas sejam tomadas pelo município, de acordo com a decisão do juiz responsável pelo caso.
De acordo com a Prefeitura, toda decisão referente à retirada de famílias da região do Batedor vem da Justiça e cabe à administração municipal apenas a execução das normas.
Entre as saídas encontradas, a inclusão automática de todas as famílias que deverão ser retiradas da área, nos programas habitacionais oferecidos pelo Governo Federal, como o Minha Casa Minha Vida.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, todos os moradores já foram contemplados com a inscrição no projeto que será construído no Parque Primavera, cabendo às famílias a decisão de aceitar ou não esse auxilio oferecido pela municipalidade.
Em matéria publicada em 2015, o Jornal Atos mostrou que a dificuldade está na atividade econômica das famílias, em grande parte formada por produtores rurais.
A principal preocupação dos moradores é que, em caso de mudança para as unidades do Minha Casa Minha Vida, seria impossível manter a produção rural.
Ainda não há prazo para a manifestação da Justiça sobre o caso.

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