Número de demitidos no Vale do Paraíba ultrapassa 15 mil

Cruzeiro ocupa o terceiro lugar no ranking do desemprego; Aparecida e Potim ‘vão na contramão’ da região

Lucas Barbosa

Cruzeiro

Com a crise econômica que assola o país, quase meio milhão de pessoas perderam seus empregos com carteira assinada no primeiro semestre do ano.  Dados divulgados no último dia 21, pelo Ministério do Trabalho, apontam que no Vale do Paraíba, no mesmo período, o número de demitidos ultrapassa 15 mil e Cruzeiro é a terceira cidade que mais registrou baixas.

Na última terça-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, durante entrevista em Catanduva, no interior do estado, que o país atravessa uma situação econômica que ‘requer cuidados’ e que, apesar das ações do governo, a crise não será resolvida no curto prazo, o que consequentemente representará um constante aumento no desemprego.

O balanço divulgado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), na última sexta- feira, confirmou que a taxa de desemprego subiu e fechou o segundo trimestre do ano em 8,3%, o maior número desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) começou a fazer essa análise, em 2012.

No Vale do Paraíba, que perdeu mais de 15 mil empregos com carteira assinada no semestre, São José dos Campos lidera o ranking com um saldo de 4.744 demissões, seguida por Taubaté com 2.976.

Com o fechamento de 1.280 postos de trabalho, Cruzeiro ocupa o ‘pódio’ na terceira posição como município em que mais trabalhadores perderam seus empregos. Somente a empresa Maxion, a maior da cidade, demitiu 860 trabalhadores e corre o risco de sofrer ainda mais cortes até o final do ano. Depois da Indústria, o Comércio foi o setor que mais foi castigado com demissões.  A universitária Mariana Leite, 22 anos, moradora da Vila Batista, entrou para a triste estatística na semana passada, após perder o emprego de vendedora em uma tradicional loja de roupas e acessórios em Cruzeiro. “Minha chefe explicou que eu e outra moça fomos demitidas porque o faturamento da loja caiu muito esse ano. O comércio está sofrendo demais, porque o povo não está com dinheiro para gastar.

Estou muito triste e agora não sei como pagarei minha faculdade de administração”, lamentou.

A universitária ressaltou o sentimento de apreensão que os moradores da ‘Cidade Menina’ enfrentam. “Depois das quase 900 demissões na Maxion, o povo todo está assustado porque sabemos que praticamente ela movimenta sozinha a economia da cidade. Já que aqui a situação está feia, vou tentar arrumar um emprego em alguma cidade vizinha”, finalizou.

Números – Logo atrás de Cruzeiro, Pindamonhangaba ocupa a quarta posição com a perda de 1.123 mil postos de trabalho. Já as demais cidades da região registraram as seguintes baixas: Lorena (418), Cachoeira Paulista (109), Roseira (24), Piquete (10) e Silveiras (6).

Positivo – Na contramão do desemprego, cidades da região tiveram saldo positivo, em relação ao número de demissões com o de contratações. Os municípios que se destacaram foram: Aparecida (347), Potim (108), Cunha (69), Canas (35) e Guaratinguetá (5).

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