Moradores reclamam das más condições das ruas em Cruzeiro

Obras mal finalizadas pelo SAAE também são alvos de queixas; Prefeitura anuncia operação “Tapa Buracos”

Motorista enfrenta obstáculo causado por descaso com asfaltamento em rua do Washington Beleza (Foto: Andreah Martins)
Motorista enfrenta obstáculo causado por descaso com asfaltamento em rua do Washington Beleza (Foto: Andreah Martins)

Andreah Martins
Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Uma das queixas mais recorrentes em Cruzeiro é a péssima condição da pavimentação da cidade. Ruas da região central e bairros estão há anos esburacadas e, segundo moradores, algumas pioraram depois de obras do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).

Não é preciso andar muito para encontrar alguma fissura, desnível ou parte interditada por conta de obras que duram semanas. No centro da cidade, os buracos e depressões causados pelo desgaste do asfalto ou afundamento do paralelepípedo são os mais comuns. Em ruas de grande fluxo de carros, a todo momento motoristas correm perigo de acidentes ao desviarem desses obstáculos.

“É um absurdo a gente ter que viver mandando o carro para o conserto por causa dessas ruas, fora que toda hora quase acontece batida de carros. Agora estão arrumando aí, tapando alguns buracos, mas daqui a pouco está tudo afundado. Não é coisa de boa qualidade”, comentou o aposentado Ailton Santos.

Há bairros que sofrem com a total falta de pavimentação em determinados pontos, como Vista Alegre e Km 4. Já os locais que contam com asfaltamento, há ruas de mão dupla onde os motoristas precisam decidir quem passará primeiro. Além de serem estreitas, não há condições de passagem, senão tentando desviar das crateras e valetas que se formaram no chão. Bairros como Regina Célia e Vila Batista são exemplos dessa situação.

Os moradores apontam as obras do Saae como causadoras de boa parte desses transtornos. Quando é necessário realizar reparos na rede de esgoto ou captação de água, são feitas escavações no solo. Além da demora, a má finalização dos trabalhados é uma das reclamações, já que em pouco tempo depois o chão começa a ceder.

Júlio César da Silva é dono de uma loja de laticínios no bairro Washington Beleza. Em frente ao comércio, a autarquia escavou a rua para reparos que duraram duas semanas, próximas ao Natal, época em que a expectativa de venda é alta.

Durante a obra, o comerciante perdeu cerca de R$ 4 mil em mercadorias, descartadas por conta do contato com a poeira vermelha que subia do solo. Mesmo depois de finalizado, o trecho permaneceu na terra batida por mais um mês.

“Abriram aqui dizendo que iam arrumar uma manilha quebrada, mas não tinha nada disso. Enchi minha loja para o fim de ano e perdi a maioria da mercadoria. Mal dava para entrar aqui. Tinha que lavar todos os dias. Só agora que colocaram asfalto aí. Demorou muito e não resolveu nada”, relatou Silva.

Na última quinta, a Prefeitura anunciou o início da operação “Tapa Buracos”. Procurado para comentar a pavimentação e obras do Saae, o Executivo não respondeu à Redação até o fechamento desta edição.

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