Guarda Civil retoma monitoramento em Cruzeiro
Moradores do Santo Cruzeiro cobram ação das autoridades municipais e continuidade do monitoramento
Andreah Martins
Cruzeiro
Depois de seis meses do primeiro projeto piloto, a Guarda Civil Municipal colocou em prática o novo monitoramento em Cruzeiro. Assim como em agosto de 2016, o local escolhido para a instalação foi a praça do Santo Cruzeiro, que ainda é alvo de reclamações de moradores.
O inspetor chefe administrativo, Emerson Alves de Moura, contou que a medida foi retomada após acordo com empresa privada. “Fiz um ofício para a nova instalação de teste em trinta dias e eles atenderam. Estamos fazendo projeto para enviar ao prefeito, como licitação”.
O inspetor, representante do comandante Sebastião da Silva, afirmou ainda que no ano passado, não houve possibilidade de contrato devido à situação financeira da Prefeitura.
Se aprovado, o projeto pretende inserir outras câmeras em pontos específicos da cidade. “Não só ali, mas nas praças Nove de Julho e Antero Neves Arantes e Itagaçaba. Futuramente, pretendemos fazer um convênio com a Polícia Militar para um policial ficar aqui no monitoramento porque também é interessante para a PM”, completou Moura, que confirmou a redução nas ocorrências após a primeira implantação da câmera. “Havia muitas ocorrências com drogas. Mesmo quando tiraram o sistema, não ouvia mais falar de lá”.
O sistema deve auxiliar na agilidade das ações do comando. A Guarda pretende realizar o projeto em parcerias com órgãos e empresas da cidade. “Enviamos ofícios para Maxion, Sincomércio, Metalúrgicos, Câmara Municipal e ao próprio prefeito, para conhecer o sistema. Isso é bom para a cidade, vai evitar a quantidade de furtos que acontecem”, explicou o inspetor.
Para os moradores que acompanham de perto a situação da segurança no Santo Cruzeiro, a esperança é que o sistema se mantenha. O autônomo Carlos Alberto Alves contou que é difícil conviver com a movimentação intensa no local. “É som alto, moto com estouro. Aqui a gente não sabe o que é dormir. Aqui ainda continua tendo tráfico de drogas, mesmo com a câmera. A polícia vem, de vez em quando, chama atenção, mas eles voltam”.
O morador cobrou ação mais intensa para coibir a violência e restaurar a confiança do local. “Não adianta só ter a câmera, precisa do efeito dela. Aqui tem muita violência. Já saiu morte e tiro. Aqui tem muito menor de idade que é usado para transitar com drogas. Queremos retomar a paz e atração turística de novo. Antes, até noivas faziam fotografias aqui. Eles precisam reformar a praça também, que tá cheia de mato”.
Armada – A Guarda possui 54 concursados, que trabalham na escala 12 por 36, além de dois veículos como suporte. Pelo menos seis guardas fizeram o curso, com recursos próprios, para porte de armas de fogo. Por lei, não podem andar armados. “Já enviamos um ofício para o Governo Federal para ter permissão da guarda armada. Somente o comandante é autorizado, por conter alvará”, explicou Moura.
A Guarda propôs ainda o projeto de concurso para a administração pública e, caso aprovado, a nova guarda teria a permissão. O morador do Santo Cruzeiro reivindicou a segurança em guarita no local. “A Prefeitura tem uma guarita aqui. Queremos um guarda com porte de arma, que assuma a vigia das sete da noite às sete da manhã. Acredito que vai ficar excelente”.
Ao Jornal Atos, a Prefeitura informou que o projeto conta com parcerias, e não tem custo aos cofres públicos. O monitoramento é realizado na central da própria Guarda Civil.
Em caso de suspeita de delitos é acionada a PM para que sejam tomadas as providências. O órgão ressaltou ainda a mudança ocorrida na praça do Santo Cruzeiro quanto ao estacionamento de veículos, após pedido de moradores, e estuda a possibilidade de implantação de câmeras em outros pontos da cidade.