Guaratinguetá lidera ranking da dengue no Vale do Paraíba

Levantamento aponta riscos em Cruzeiro, Lorena e Caraguá; estudo federal coletou dados de 23 cidades da RMVale

Combate à dengue em Cruzeiro; ações tentam evitar novas epidemias (Foto: Colaboração / Vigilância Sanitária)
Combate à dengue em Cruzeiro; ações tentam evitar novas epidemias (Foto: Colaboração / Vigilância Sanitária)

Carlos Pimentel
Maria Fernanda Rezende
Região

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde no último dia 24, quatro municípios da região estão em alerta para ocorrência de epidemia de dengue. Os dados são do Liraa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti) e colocaram em xeque o combate ao mosquito em Cruzeiro, Guaratinguetá e Lorena.

Participaram da coleta de dados 23 municípios do Vale. Além das três cidades acima, estão em alerta na RMVale a cidade litorânea de Caraguatatuba, destaque em índices nos últimos anos.

Em Guaratinguetá, o índice de infestação medido foi de índice 1,7, o maior da região, seguido de Cruzeiro, com 1,6, Lorena com 1,4 e Caraguatatuba com 1,1.

O Ministério vai propor que a participação no levantamento, atualmente voluntária, seja obrigatória para os municípios com mais de dois mil imóveis, a partir de 2017.

O levantamento tem como objetivo orientar as ações de combate aos vetores e ao mosquito Aedes aegipty, causador da dengue, zika e chikungunya. Dos 3.704 municípios aptos a realizar o levantamento (aqueles que possuem mais de 2 mil imóveis), 2.284 participaram da edição. A porcentagem é de 62,6%, aumento de 27,3% em relação ao ano passado. As cidades que detectaram focos de dengue em 1 a cada grupo de 100 prédios são incluídos na categoria satisfatório. De 1,1 a 3,9 já é considerado estado de alerta. A partir do índice 4 é risco de epidemia.

Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Lagoinha, Lavrinhas e Roseira, tiveram índice considerado satisfatório.

De acordo com a Prefeitura de Guaratinguetá, o mapeamento é proveniente de um estudo realizado pela Vigilância Epidemiológico de cada cidade denominado ADL (Avaliação de Densidade Larvária) que norteia as estratégias para combater a dengue na cidade. Ainda segundo a administração municipal, ações de combate ao mosquito são realizadas em Guaratinguetá por meio das operações ‘Arrastão’ e ‘Cata-Bagulho’ que percorrem as ruas da cidade recolhendo objetos que possam acumular água e servir de criadouro para o mosquito da dengue. Ao mesmo tempo, máquinas passam aplicando inseticidas para matar os mosquitos adultos.

Em parceria com a EEAR (Escola Especialistas de Aeronáutica) a Prefeitura participou de ações como o Dia “D” contra a Dengue, como parte da programação nacional de combate ao Aedes aegypti.

Um efetivo de dois mil militares realizou um arrastão em toda a cidade, com o apoio da secretaria de Serviços Urbanos.

Nesta semana, o prefeito eleito de Guaratinguetá, Marcus Soliva (PSB), participou ao lado dos futuros secretários de Saúde e Administração e do futuro chefe de Gabinete, Maristela Macedo, Marcio Chagas e Lelé Porto respectivamente, de uma reunião com membros da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) para tratar do posicionamento de Guaratinguetá no Mapa da Dengue. Outro prefeito eleito que participou do evento foi o de Cruzeiro, Thales Gabriel (SD). “Guará está com sinal amarelo, ou seja, estão com risco de epidemia do Aedes aegipty. Contamos com o apoio dos cidadãos para fazerem também a sua parte de combater a água parada em nossa região”, comentou Soliva.

Cruzeiro – Três anos após sofrer com epidemia de dengue, Cruzeiro, até o momento, tem confirmados setenta casos da doença, número baixo comparado aos mais de mil em 2013. A vigilância epidemiológica conta com uma equipe de agentes que trabalham durante todo o ano e intensificam o serviço no período de chuvas.

O Centro de Controle de Zoonoses é responsável pela equipe de combate à dengue na cidade. No total são 21 agentes que atuam em todos bairros, de casa em casa. Além desses, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de Guaratinguetá, presta apoio com mais 15 agentes, fazendo a intensificação dos setores, principalmente nas áreas mais críticas. A Sucen dá assistência às cidades que são caracterizadas pelas epidemias.

Dados da secretaria de Saúde apontam que os bairros Itagaçaba, Vila Romana e Vila Batista são os locais de maior número casos confirmados de dengue. Segundo o chefe de Zoonoses, Ladislau Faria, o problema mais encontrado nas residências é o acúmulo de lixo. “Pedimos urgentemente para as pessoas limparem seus quintais e dar um destino final nesses entulhos, como madeira, plásticos e máquinas velhas”, enfatizou.

Ainda segundo Faria, com a volta do verão e o período de chuvas, a quantidade de larvas aumenta, por conta das poças de água. Ele ressaltou a importância de manter limpo os locais que possam acumular água. Afirmou também que a equipe visitou os prédios públicos nesta semana, para vistoria e combate aos possíveis focos de dengue.

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