Com surto ainda “não oficial” Cruzeiro tem quase trinta casos diários de conjuntivite

Autoridades pedem atenção de moradores; centenas de casos são registrados na rede municipal desde a última semana

Moradores procuram a Santa Casa de Cruzeiro; cidade registra crescente em casos de conjuntivite (Foto: Arquivo Atos)
Moradores procuram a Santa Casa de Cruzeiro; cidade registra crescente em casos de conjuntivite (Foto: Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Cruzeiro

Vermelhidão nos olhos, coceira, inchaço da conjuntiva, irritação, secreção ou secura. Esses são os sintomas que têm feito parte da rotina de centenas de moradores de Cruzeiro, depois do salto nos casos de conjuntivite registrado na cidade.

De acordo com dados ainda extraoficiais, a cidade registra mais de trinta casos da doença por dia em vários postos de saúde espalhados pelos bairros, mas autoridades garantem que o número pode ser maior, já que muitos dos casos são registrados em clinicas particulares.

Só no ESF (Estratégia Saúde da Família) do bairro Nova Cruzeiro, de quinta-feira para sexta-feira, foram registrados mais de oitenta atestados. Em uma outra unidade, no bairro da Lagoa Dourada, foram trinta notificações.

Em contrapartida, postos de saúde não registraram nenhuma notificação, como no caso do bairro Vila Loyelo. Outros números são baixos, como no Jardim América, onde sete pessoas deram entrada com os sintomas da doença.

Em um único plantão, durante a noite da última quinta-feira, 28 pessoas deram entrada no Pronto Socorro da Santa Casa com os sintomas de conjuntivite, segundo um funcionários do local.

A principal preocupação é com relação às crianças. Em várias escolas já há registro de faltas por conta da doença. Camila Campos, moradora do Itagaçaba, relatou que sua filha de nove anos ficou uma semana sem ir para escola depois que contraiu conjuntivite. Segundo ela, não houve, até o momento, nenhuma notificação de campanha dentro do ambiente escolar para alertar pais e alunos quanto ao problema. “Minha filha pegou conjuntivite no dia 2 de março. Ninguém da escola me chamou para comentar o assunto. Minha filha disse que outro aluno da mesma sala foi embora com o olho vermelho nessa semana”.

Das crianças a doença acaba chegando aos pais, como no caso de Andreia Siqueira, moradora do Centro. “Peguei em casa, da minha filha. Amanheci hoje (12) com os olhos cheio de secreção”.

Famílias inteiras estão dando entrada em postos de saúde com os sintomas da conjuntivite, como no caso da família de Juliana Moreira, que também mora no Centro de Cruzeiro. Ela contou que, não só os filhos, como ela mesmo e o marido pegaram a doença.

A enfermeira chefe da Vigilância Epidemiológica de Cruzeiro, Ana Elise, relatou que a conjuntivite que assola Cruzeiro é viral, ou seja, muito contagiosa, o que explica o grande número de casos registrados em um intervalo tão pequeno de tempo.

De acordo com as informações do Hospital dos Olhos, nesses casos, não existe tratamento específico para quem foi diagnosticado com a doença e a recomendação é limpar com soro fisiológico gelado, fazer compressas e usar colírios lubrificantes se for necessário.

Ainda de acordo com Ana Elisa, é necessário que se lave as mãos com frequência e não colocar as mãos nos olhos para evitar a recontaminação.

A Prefeitura garante que começou uma campanha de conscientização, principalmente nos postos de saúde, para orientar os pacientes e evitar que a doença se alastre ainda mais pela cidade.

 

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