Cidades da região completa 13 anos com a maior taxa de homicídios do estado
RMVale tem 354 moradores assassinados entre março de 2022 e fevereiro deste ano; Cruzeiro registra duas mortes violentas em menos de 72 horas
Da Redação
Cruzeiro
A informação de uma leve queda na taxa de homicídios da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) não foi o bastante para aliviar a preocupação de autoridades em segurança pública. A região segue com a maior do estado, condição que permanece, há 13 anos, sempre na liderança do “ranking da morte” em São Paulo.
Baseando-se em dados da secretaria de Segurança Pública do Estado, referentes ao intervalo entre março de 2022 e fevereiro deste ano, um levantamento divulgado na última terça-feira (4) pelo jornal, “OVALE”, de São José dos Campos, aponta que a RMVale possuí uma taxa de 13,34 vítimas de assassinato por grupo de cem mil habitantes.
O estudo estatístico revela que o índice da região, que teve 354 moradores executados no período, supera em 189% a da capital paulista, que atinge apenas 4,61, e 95% a da Grande São Paulo, que é de 6,81.
A RMVale e a região de Araçatuba, que tem uma taxa de 10,09, são as únicas áreas do território paulista que possuem uma média de mais de dez vítimas de assassinato por grupo de cem mil habitantes.
Apesar de alarmante, o indicador mais recente da RMVale é 8,5% inferior ao registrado no intervalo entre março de 2021 e fevereiro de 2022, que foi de 14,59. Por outro lado, a atual taxa garantiu a continuidade da região como a mais violenta em São Paulo, indesejada posição atingida em 2010, quando a média foi de 15,16.
Preocupação – Quarta cidade da RMVale com mais vítimas de assassinato no ano passado, com 33 casos, Cruzeiro registrou nesta semana duas mortes violentas em menos de 72 horas. A primeira delas foi a do aposentado de 80 anos, Sebastião Inácio Lopes, durante um assalto em sua casa na rua Celestina Novaes, no bairro Jardim Regina Célia, na noite do último domingo (2). Após ser rendido na porta da residência por três assaltantes, com idades de 14, 17 e 18 anos, o idoso foi levado para o interior do imóvel, amarrado e forçado a revelar onde guardava R$ 180 mil. Depois de encontrar o dinheiro e matar o aposentado enforcado com um cadarço de sapato, a quadrilha fugiu levando o carro da vítima, encontrado algumas horas depois abandonado em Lavrinhas.
Os dois adolescentes envolvidos no latrocínio (roubo seguido de morte) foram apreendidos pela Polícia Civil, o de 14 anos na última segunda-feira (03) e o de 17 anos no dia seguinte, e levados à Fundação Casa. Já o maior de idade segue procurado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Cruzeiro, que acredita que ele esteja escondido em alguma cidade de Minas Gerais.
Já a segunda morte violenta registrada nesta semana ocorreu no fim da manhã da última quarta-feira (5) na rua Jacareí, no bairro Vila Romana. Segundo o boletim de ocorrência, um jovem de 24 anos estava deitado em uma rede no quintal de sua casa quando foi surpreendido por um homem encapuzado e armado. Na sequência, o invasor disparou diversos disparos contra o rapaz. A vítima, alvejada na cabeça e no peito, chegou a ser atendida pela equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas morreu no local.
Flagrado com um revólver em sua casa, o principal suspeito do homicídio doloso (quando existe a intenção de matar) foi preso pela Polícia Civil na tarde do mesmo dia. O provável assassino, que não teve sua idade divulgada, permanece à disposição da Justiça.