Câmara de Cruzeiro mantém silêncio sobre condenação de Paulo Vieira por propina

Mesmo inelegível, vereador do PR faz campanha antecipada à deputado estadual durante sessão

O vereador Paulo Vieira, na Câmara; após condenação, parlamentar falou até em eleição à deputado (Foto: Arquivo Atos)
O vereador Paulo Vieira, na Câmara; após condenação, parlamentar falou até em eleição à deputado (Foto: Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Cruzeiro

A Câmara de Cruzeiro continua sem se manifestar sobre a condenação do vereador Paulo Vieira (PR), punido pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e CGU (Controladoria-Geral da União), com demissão do cargo de ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) por receber vantagens indevidas e improbidade administrativa.

O presidente da Casa, Charles Fernandes (PR), companheiro de partido do condenado, e outros parlamentares, sequer citaram a irregularidade cometida pelo colega durante a última sessão ordinária, realizada na noite da última segunda-feira.

Com a punição da CGU, Vieira também está proibido de retornar ao serviço público federal, ficando inelegível para qualquer cargo eletivo pelo prazo de oito anos.

Mesmo punido, ele chegou a usar seu tempo na tribuna, durante a sessão, para afirmar que é pré-candidato a deputado estadual, em 2018, anunciando até mesmo o número que irá se utilizar. “Em todos os lugares que eu passei eu digo e reafirmo que eu vou me candidatar a deputado estadual nas próximas eleições sim, e vou mais uma vez com o número 22.222, sim!”

Apesar de se manter convicto de que sua situação está tranquila perante à Justiça, principalmente a Eleitoral, Vieira se recusou mais uma vez comentar sua condenação, e preferiu não gravar entrevista.

Procurados pela reportagem do Jornal Atos, outros parlamentares, entre eles o presidente da Casa, também não se manifestaram sobre o caso, mesmo contendo no art. 12, inciso IV da Lei Orgânica do Município, que o vereador perderia o mandato caso tenha suspensos os direitos políticos.

Para que Vieira perca a cadeira é necessário que algum partido com representatividade na Casa, ou até mesmo a mesa diretora, entre com representação, medida que ficou politicamente inviável na Casa, já que todos os vereadores fazem parte da mesma base que apoiou nas últimas eleições o atual prefeito Thales Gabriel (SD), entre eles, parlamentares que não conseguiram votos suficientes, mas que acabaram eleitos graças ao coeficiente eleitoral atingido pela votação do próprio Paulo Vieira.

Condenação – De acordo com o Ministério da Transparência, a punição a Paulo Vieira é resultado de um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que comprovou as práticas de intermediação junto a repartições públicas, valimento do cargo e improbidade administrativa.

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