Construção de velório gera polêmica em Canas

Mesmo sem cemitério, cidade pretende entregar obra de espaço para velar mortos no primeiro semestre deste ano

A obra do controversio velório municipal de Canas; cidade, que não conta com cemitério, espera entregar projeto para velar corpos até junho (Foto: Lucas Barbosa)
A obra do controverso velório municipal de Canas; cidade, que não conta com cemitério, espera entregar projeto para velar corpos até junho (Foto: Lucas Barbosa)

Lucas Barbosa
Canas

Mesmo sem contar com um cemitério, Canas pretende concluir até o final do primeiro semestre a construção de um velório municipal. O investimento de quase R$ 100 mil tem dividido opiniões.

Apesar de não contar com um cemitério, Canas iniciou em agosto a construção de um velório na rua José Izalino, no Centro. A obra é vista como controversa por parte da população. É o caso do autônomo, Pedro Paulo de Souza, 42 anos. “Não adianta nada ter velório e não ter aonde enterrar o pessoal. Se fosse para construir o velório e o cemitério juntos, aí sim dava para entender. Lógico que é bom para a cidade ter um velório, mas ele não resolve o principal problema nosso, que é a falta de um lugar para os enterros”.

As famílias de Canas são obrigadas há 25 anos a enterrarem seus parentes em outras cidades. Até dezembro, a Prefeitura tinha contrato com Lorena para a realização dos enterros em alas sociais, para famílias, que não possuíam condições financeiras de adquirir um jazigo, mas sem espaço em seu cemitério, o prefeito da cidade vizinha Fábio Marcondes (PSDB) encerrou a parceria.

O serviço ainda continua sendo realizado já que o governo de Lucemir Amaral (PSDB) ainda não encontrou alternativa para o problema na cidade, que conta com pouco mais de 4,8 mil habitantes.

A dona de casa, L.R.S, 59 anos, que pediu para não ser identificada por ter um parente que é servidor municipal, também condenou a obra. “Ao invés de melhorar as ruas perto do Santa Terezinha e do Centro que estão todas esburacadas e que enchem quando chove, a Prefeitura gasta para construir um velório mesmo sem começar a fazer o cemitério. Acho que faltou bom senso aí”.

No final de janeiro, a Prefeitura de Canas revelou que está providenciando a compra de uma área para que seja criado um cemitério, mas tem encontrado problemas em conseguir um terreno que respeite as determinações da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Na ocasião, Lorena revelou que foi informada, pela cidade vizinha, que já foram iniciadas as tratativas com um cemitério particular para a compra de jazigos, enquanto o cemitério municipal não é construído.

O auxiliar de limpeza, Luís Felipe Nascimento, 19 anos, viu com bons olhos a realização da obra. “O povo tem a cabeça muito pequena e reclama até quando o prefeito decide construir uma coisa que a cidade sempre precisou. Acho que depois de ficar pronto o velório, a Prefeitura vai construir o cemitério, pelo menos é o que se espera”.

Executivo – O Jornal Atos, além de solicitar informações sobre a obra de construção do Velório, pediu informações sobre o andamento do projeto de construção do Cemitério Municipal, mas nenhuma resposta foi encaminhada até o fechamento desta edição.

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