Projeto pede ajuda da população para inibir criminalidade em Cachoeira Paulista

Moradores criticam programa e exigem que poder público invista mais na segurança

Viatura da polícia militar durante ronda escolar; população critica e pede mais investimento na segurança (Foto: Arquivo Atos)
Viatura da Polícia Militar durante trabalho de ronda escolar; população critica e pede mais investimento na segurança (Foto: Arquivo Atos)

Maria Fernanda Rezende
Cachoeira Paulista

A Câmara de Cachoeira Paulista aprovou a criação do “Programa Vizinhança Solidária”. A ideia é incentivar a população a colaborar com a própria proteção. A proposta levantou críticas e cobranças ao poder público sobre os problemas com a segurança na cidade.

Autor do programa, o vereador Breno Anaya explicou que o programa é originário do Governo do Estado, mas quis transformar em lei no município para contar com o apoio da Prefeitura, que vai administrar o projeto por meio da secretaria de Segurança, oferecendo palestras e orientação para a população.

Apesar de não descartarem a boa intenção do programa, muitos moradores reclamam das condições para o funcionamento do projeto. A merendeira Guiomar Franco relatou os problemas com o tráfico de drogas e o vandalismo. Para ela é difícil contar com seus vizinhos, muitos idosos que, apesar de terem medo dos criminosos, não contatam a Polícia.

“Uma vez um grupo passou na rua chutando os portões e quebrando as lixeiras. Eu, que estava lavando roupa na parte de fora de casa, saí na calçada com um ferro nas mãos. Quem estava dentro de casa não fez nada e no outro dia todos vizinhos reclamaram”, contou Guiomar.

Já o autônomo Edilson Soares considera que a novidade tenta passar para os moradores a responsabilidade que é do governo municipal, dever que envolve também a melhoria na iluminação pública e a busca por um maior efetivo policial nos pontos críticos da cidade.

“Se roubarem meu vizinho ou me assaltarem na rua, e a polícia ou eles (poder público) não tomarem providência, vai ser culpa minha ou de qualquer outro que não ligou pra PM na mesma hora? Podemos sim nos ajudar, mas não temos tanta força contra a criminalidade”, criticou Soares.

Anaya refutou as críticas dizendo que a “Vizinhança Solidária” é apenas uma maneira de inibir atos criminosos, mostrando que as casas e as ruas estão sendo vigiadas. Ele afirmou também que a ideia é facilitar o contato da população com as autoridades policiais, seja por grupos no whatsapp, por outros números alternativos ao 190, ou pela solicitação de rondas em locais estratégicos.

O Executivo informou que para amenizar a situação do tráfico de drogas, o prefeito Edson Mota busca recursos nas esferas estadual e federal para que seja implantado o monitoramento por câmeras na cidade. Ele afirmou ainda que quanto à iluminação, desde janeiro já foram trocadas mais de mil lâmpadas, e problemas na parte elétrica foram solucionados. Dentro de um cronograma, os pontos de maior urgência estão sendo atendidos primeiro.

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