Prefeitura e PM promovem ação conjunta para abordar pessoas em situação de rua em Cachoeira Paulista
Medida iniciada pela praça Prado Filho é pedido frequente de moradores e comerciantes, e já realizou 12 atendimentos
Gabriel Mota
Cachoeira Paulista
Uma ação integrada das secretarias de Assistência Social e Segurança, Trânsito e Transportes de Cachoeira Paulista e a Polícia Militar, na terça-feira (12), abordou pessoas em situação de rua pelo Centro do município. O prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB) e vereadores acompanharam o trabalho, solicitado com frequência pelos moradores.
A mobilização ocorreu na praça Prado Filho, no Centro, foco de reclamações constantes. Segundo a secretaria de Assistência Social, o objetivo principal foi fazer um cadastro e entender as necessidades dessas pessoas. A pasta destacou ainda que ações como essas são recorrentes e motivadas pela quantidade de pessoas aglomeradas em pontos do município.
“Tem dias que nós temos duas ou três (pessoas em situação de rua na praça), tem dia que temos 12 pessoas, como na última ação. A maioria são pessoas que estão em trânsito e ficam de um a três dias no município”, afirmou a secretária de Assistência Social de Cachoeira Paulista, Alexandra Pereira.
No caso específico da última ação, além das reclamações de aglomerações por períodos mais longos, brigas entre essas pessoas geraram preocupação à Prefeitura e forças de segurança pública.
A abordagem é feita por agentes do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), que oferecem alternativas para quem está em situação de rua. Para pessoas que estão de passagem e pretendem passar alguns dias no município para descansar, por exemplo, é oferecido o albergue. Em alguns casos, o Poder Público custeia as passagens de ônibus para que os assistidos possam retornar às cidades natais. Alexandra Pereira, afirmou que o fluxo de pessoas nessas condições era pequeno nos primeiros dias que sucederam a ação.
Em conversa com a reportagem do Jornal Atos, um homem em situação de rua, que estava na praça e não quis se identificar, afirmou que não pretende sair do local e que o que quer é um emprego. “Nós queremos trabalho! Carpir mato, limpar rua, cuidar de porco. Qualquer coisa! Alguns tem filhos e por isso ficamos aqui, para conseguir dinheiro. É claro que queremos mudar de vida e sair daqui, mas precisamos de trabalho”.
Mesmo com a ação desta semana, o balconista cachoeirense Geraldo Alcântara, 63 anos, pediu por um trabalho mais intenso da Prefeitura e também citou o aspecto profissional. “É lamentável, mas é uma questão social. Tem que levar essas pessoas para uma instituição que acolha, que dê banho e estudo. Hoje [Prefeitura] não estão fazendo nada”, reclamou.
Por outro lado, a atendente de uma loja de presentes no Centro da cidade, Silvia Mara, 42 anos, disse que ela e seus clientes não se incomodam com a presença das pessoas em situação de rua e que os comerciantes dos arredores frequentemente se solidarizam com a situação. “Não afeta em nada. Aqui é bem tranquilo, não tenho do que reclamar” relatou.
A secretária de Assistência Social do município revelou que novas ações devem ser realizadas em breve. Quanto à última, o resultado foi considerado positivo pelo Executivo.
“De negativo nós tivemos apenas um caso, um casal que não queria ir para o albergue, mas que tinha uma pessoa que cederia um espaço para morarem”, contou Alexandra Pereira.
Além da praça principal, as rodoviárias Velha e Nova e estacionamentos de comércios na região central são pontos de encontro de pessoas em situação de rua no município e recebem ações da Prefeitura com frequência.