Famílias de Cachoeira seguem sem obstetra quatro meses após corte de Mota na Saúde

Serviço, suspenso um dia depois das eleições, enfrenta dificuldade com condição financeira; Mineiro negocia contratação de profissional

Corredor da Santa Casa de Cachoeira, que segue sem atendimento a gestantes (Foto: Arquivo Atos)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista  

A população de Cachoeira Paulista continua sem o atendimento de obstetrícia no Ambulatório Municipal de Especialidades, quatro meses após o serviço ter sido paralisado ainda na gestão de Edson Mota (PL). O corte das consultas e o desligamento dos profissionais foi decidido, sem nenhum motivo plausível.

A medida, que gerou revolta entre os moradores, foi decretada no dia 16 de novembro do ano passado, um dia depois da derrota de João Bosco Torrada (PL), que tinha o apoio de Mota, nas eleições que colocaram Antônio Carlos Mineiro (MDB) na Prefeitura.

Foi nesta data que todas as pacientes que tinham consultas agendadas com a obstetra receberam a informação da Santa Casa de Misericórdia que a médica seria desligada e só seria substituída na gestão do próximo prefeito eleito (Mineiro), mas sem recursos, o serviço segue paralisado. “Não temos verba para a contratação, mas estamos nos esforçando. Ainda não consegui contratar”, destacou ao Atos no Rádio. A dívida total da cidade, herdada de Edson Mota, é de quase R$ 93 milhões.

Apesar das dificuldades apresentadas pelo prefeito, a Saúde já busca condições de estruturar o setor para retomar o atendimento. “No momento, a gente está na tratativa para a contratação do obstetra pelo ambulatório, mas devido à escassez de profissionais, a gente está com dificuldade para isso”, frisou o secretário de Saúde, Gabriel Tadeu Rodrigues.

Uma dessas pacientes era Talitha Schubert, que estava na sua 35º semana de gestação. A solução encontrada pela cachoeirense foi procurar assistência em Lorena. Após o nascimento do seu bebê, ela obteve a supervisão de um profissional particular.

“Em dezembro, na Santa Casa de Lorena, uma profissional percebeu que não dava mais pra ficar adiando a minha cesariana, porque a minha filha estava sendo gerada com a placenta baixa. Eu tive uma cirurgia bem delicada, com o risco de ter que tirar o útero, mas graças a Deus ocorreu tudo bem. Agora eu pago um profissional particular para conseguir dar continuidade no acompanhamento com a minha filha e comigo”, contou Talitha.

De acordo com o secretário de Saúde, o atendimento pré-natal para gestantes é realizado pelos médicos das ESF’s (Estratégia Saúde da Família) e pelas enfermeiras que são capacitadas para fazer esse tipo de atendimento. As pacientes que apresentam riscos de complicações na gravidez são referenciadas para o pré-natal de alto risco de Lorena.

A cidade apresenta ao total nove ESF’s com três extensões rurais (contempla um médico, um enfermeiro, um técnico, um dentista e um auxiliar de dentista) e dois ambulatórios – o do posto do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e o da Santa Casa. As especialidades oferecidas são: ortopedia, cardiologia, pediatria, gastroenterologia, otorrinolaringologia, psiquiatria, oftalmologia e cirurgia geral. Além de consultas com fisioterapeuta, fonoaudióloga e psicóloga. “Estamos contratando urologista, mais um pediatra, endocrinologista, e na tentativa de um neurologista também. A previsão de contratação é no máximo nas próximas duas semanas. Com algumas especialidades já está bem avançado a tratativa”, realçou Rodrigues.

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