Depois de demolição de casas, Cachoeira Paulista avalia medidas para CDHU
Moradias irregulares destruídas não estavam ocupadas; área de proteção ambiental é ocupada por cerca de cinquenta famílias
Cachoeira Paulista
Jéssica Dias
Em meio à uma apuração do Ministério Público sobre o loteamento clandestino na região do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), a Prefeitura de Cachoeira Paulista demoliu, no último dia 5, imóveis irregulares próximos à rua Paraibuna.
No local foram apontadas construções irregulares em áreas verdes e venda clandestina de lotes. De acordo com a secretária de Negócios Jurídicos, Gisely Fernandes, dois muros que cercavam lotes e algumas cercas foram demolidas para impedir a venda e a ocupação.
A área institucional pertence ao Município e deve se tornar área de lazer e área verde. O uso irregular teria começado em 2011, com criação de animais como cavalos. Em 2015, casas já estavam construídas no local. “Na gestão passada dois moradores receberam notificações e nada mais foi feito. Em junho desse ano uma operação comandada por mim, juntamente ao chefe de Gabinete, Júlio Medeiros, e secretário de Meio Ambiente, Renato, foi até o local e visitou todos os moradores. Fotografamos as casas, terrenos e materiais de construção e avisamos que iríamos voltar”, contou a secretária.
A equipe voltou ao bairro no último dia 5 e conferiram as construções, as que foram feitas após a visita foram demolidas.
Em nota de esclarecimento, a Prefeitura ressaltou que nenhum imóvel a qual possuía moradores foi demolido. “… a demolição de alguns imóveis cujos donos não foram identificados deu-se por determinação do Ministério Público por se tratar de invasão, e sendo as construções irregulares…(trecho da nota)”.
O agricultor Rosemiro Fernando, 58 anos, mora a cerca de vinte anos no local. “A Prefeitura tomou conhecimento que eu estava aqui na gestão do Rui Mendonça (sem partido). Na época foi cercado para pôr cavalo, agora o pessoal está falando que vai cercar para tirar os cavalos. O Rui me deixou ficar e cercou a parte pra mim”.
De acordo com o morador do CDHU a casa que foi demolida na entrada do local já era proibida para construção na gestão do João Luis (PSB). “Na época do João Luis nós fomos chamados na Prefeitura, ele pediu para não construir lá, que a parte da quadra era pra ficar livre”, explicou Rosemiro Fernando.
Moradora da rua Paraibuna, que não quis ser identificada, reclamou do cheiro forte no local. “Jogam lixo, é meio precário, tem animais, cavalo, galinha, fica com cheiro forte. É mais o que eu vejo quando passo lá, dá até uma dor no coração, tem casa que tem criança pequena, é judiação”.
Cerca de cinquenta pessoas residem no CDHU. De acordo com a Prefeitura, encerrada essa fase, será feito um diagnóstico da situação e das medidas necessárias e possíveis para as famílias ocupantes da área, visto que se trata de uma área verde para proteção ambiental.