Aprovado na Câmara, projeto torna prédio da Santa Casa monumento histórico
Com área de 9 mil m², hospital tem um déficit de cerca de R$ 11 milhões; Prefeitura destaca que medida não interfere em processo de leilão
Jéssica Dias
Cachoeira Paulista
Buscando respaldar a cidade com o próximo leilão do prédio da Santa Casa de Misericórdia São José de Cachoeira Paulista, a vereadora Maria da Graça Theodoro Diogo, a Dadá Diogo (PODE), encaminhou um projeto no último dia 25, onde declara o prédio como monumento histórico. O espaço é alvo de polêmica que envolve a crise enfrentada pelo hospital, sob intervenção desde 1997.
Aprovado por unanimidade, a proposta tem como objetivo evitar que o futuro proprietário possa alterar ou demolir a estrutura do prédio. De acordo com o projeto de Dadá, agora, por ser considerado monumento histórico do município, o prédio não poderá ter outra destinação a não ser o de serviços hospitalares e de saúde. “Se alguém arrematar o prédio no leilão, ninguém poderá demolir a Santa Casa, ou construir um prédio no lugar, um loteamento, porque ele é um patrimônio histórico. Então nós vamos ficar com nossa Santa Casa”, comemorou Dadá Diogo.
“…saliento que não se trata de um projeto de tombamento do prédio da Santa Casa por suas características arquitetônicas, pois a construção relativamente recente, mas sim tornar o prédio como um monumento histórico de Cachoeira Paulista, pois nesse tempo de funcionamento, foi lá que nasceram várias gerações de cachoeira… (trecho retirado do projeto)”.
Segundo a secretária de Negócios Jurídicos, Gisely Fernandes, a proposta da vereadora não interfere no próximo leilão, já que apenas um tombamento histórico impediria que o futuro comprador mexa no local. “Não vai ser esse projeto que vai impedir o leilão. Nós estamos aguardando a decisão do juiz. Já temos uma ação ajuizada, e essa sim é que vai vir dar bons resultados nessa questão do leilão. Eu acredito que no mais tardar na próxima semana, o juiz já tenha se manifestado sobre a liminar que foi requerido pelo município”, explicou.
Leilão – Considerada pela Justiça a principal alternativa para o pagamento das dívidas trabalhistas de cerca de duzentos ex-funcionários da Santa Casa, o primeiro leilão do prédio, com uma área de pouco mais de 9 mil m², em abril, não recebeu nenhum lance. A meta inicial de arrecadação do pregão representava quase a metade do déficit do hospital, que supera R$ 11 milhões.