Sem convênio com o Estado, UTI de Aparecida pode fechar as portas

Parceria rendia recurso mensal de R$ 100 mil; entidade não recebe verba desde janeiro

Entrada do Pronto Atendimento de Aparecida; cidade corre risco de perder UTI após cincos meses sem verba do Estado (Foto: Rafael Rodrigues)
Entrada do Pronto Atendimento de Aparecida; cidade corre risco de perder UTI após cincos meses sem verba esstadual (Foto: Rafael Rodrigues)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Com um custo mensal de aproximadamente R$ 250 mil, a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Aparecida está com os dias contatos para fechar as portas. O motivo: o fim de um convênio com o Estado, que até dezembro do ano passado, contribuía para que a unidade não encerrasse as atividades.

Segundo o administrador do hospital, Frei Bartolomeu Schultz, o custo médio da UTI adulto, com nove leitos gira em torno de R$ 250 mil, e atualmente apenas no Ministério da Saúde contribuí para a manutenção do atendimento. “Desses R$ 250 mil, hoje recebemos somente R$ 104 mil da União, e no ano passado recebemos como ajuda de custeio R$ 100 mil por mês do Governo do Estado, mas o convênio encerrou-se em dezembro de 2018”, explicou.

Como a UTI de Aparecida é habilitada pelo Ministério da Saúde, o Governo de São Paulo não teria a obrigatoriedade de manter convênio para custeio, mas Schultz afirmou que já iniciou tratativas para conseguir um novo aporte.

“Sabemos que uma vez que fomos habilitados pelo Ministério da Saúde, o Estado não teria essa obrigação, mas como sempre foi nosso parceiro recorremos a ele, até porque manter a UTI com R$ 104 mil é impossível”.

Inaugurada em 2016, a Unidade de Terapia Intensiva de Aparecida mantinha-se com recursos da União e contribuições estaduais. Schultz destacou que o Governo permaneceu com o apoio até maio de 2017. Desde então, o hospital segue apenas com a verba federal, além de convênios.

Sem os valores necessários, o atendimento está perto fechar. “Nosso tempo de vida sem a ajuda do Governo do estado é até final de junho. Hoje nossa região já tem um grande déficit de leitos, caso nossa UTI feche esses pacientes entram na fila do sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). Caso não tenhamos o recurso, caminhamos para o fechamento”.

O administrador da Santa Casa avaliou ainda o cenário da saúde na região. Segundo ele, é necessário um fortalecimento dos serviços de saúde, caminhando para abertura de novos leitos, e não o fechamento. “Fechar a UTI é um retrocesso para a região e uma grande perda para o município e região. Necessitamos urgentemente de políticas públicas para o fortalecimento da nossa saúde”, desabafou.

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