Saae remove mais de trezentos quilos de gordura no esgoto de Aparecida
Restos de alimentos e construção civil são descartados de forma irregular e causam entupimento de galeria subterrânea
Leandro Oliveira
Aparecida
A secretaria de Obras de Aparecida interrompeu temporariamente uma obra na avenida Aristides de Andrade devido ao entupimento de tubulações da via. O Saae (Serviço Autônomo de Águas e Esgoto) identificou que uma das galerias da avenida estava obstruída por mais de trezentas quilos de gordura descartados de forma irregular por hotéis. O problema, segundo a autarquia, é recorrente.
De acordo com nota da Prefeitura, as obras estavam em fase de conclusão. Foi construída uma segunda via de rolamento, que pode melhorar a fluidez do trânsito. Durante o serviço, foi identificado o entupimento de uma galeria de esgoto na região e o Saae foi acionado para fazer a limpeza e desobstrução. Segundo o Executivo, hotéis teriam descartado restos de alimentos e de construção civil direto na rede de esgoto.
Controlador interno da autarquia, Osmair Toledo, afirmou que o descarte irregular é comum no município e vira um grande problema, pois o despejo, uma vez feito por grandes hotéis e em grande volume, acarreta em uma espécie de placa que se acumula nas tubulações e impede a passagem do esgoto, gerando o entupimento de galerias.
“O que vem acontecendo com alguns hoteleiros na região central, é que eles estão adotando a maneira de se desfazer do resto de comida. Eles estão triturando o alimento e jogando na rede de esgoto. Com isso, acaba danificando a rede, porque junta o óleo que é usado para fazer frituras pelo hotel”, afirmou.
De acordo com Toledo, a rede comporta normalmente o volume de esgoto da região, mas vem sofrendo com o despejo irregular de óleo e detritos. “Não são todos, mas aqueles que não tem consciência, descartam de forma irregular. A nossa rede comporta normal a região central, mas devido ao volume de óleo, ele vai fazendo uma placa que obstrui o escoamento do esgoto”, concluiu.
Foram desobstruídos dez metros da rede de esgoto da avenida Aristides de Andrade e serão limpos mais trezentos metros, de acordo com o Saae. Se não for possível a desobstrução, a autarquia terá que trocar toda a rede. “A gente pede encarecidamente que os hoteleiros façam o descarte correto do óleo vegetal, que é usado na cozinha. Não são todos hoteleiros, são alguns que tem essa prática”.
Não há uma punição ao hoteleiro responsável pelo descarte irregular na rede de esgoto. Saae e secretaria de Obras alinham um projeto de lei de prevenção para criação de caixas coletoras de gordura, para cada hotel do município.