Piriquito é cassado e Zezão volta a assumir Prefeitura de Aparecida
Câmara segue relatório da CPI do Poupatempo e volta a tirar Siqueira do comando do Município; defesa aponta falhas em processo e promete recorrer
Marcelo Augusto dos Santos
Aparecida
A Câmara de Aparecida cassou, na tarde desta quarta-feira (17), o mandato do prefeito Luiz Carlos de Siqueira, o Piriquito (Podemos). A sessão extraordinária votou o relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o contrato de locação para a sede do Poupatempo. Horas depois, o vice, Zezão da Concretagem (Republicanos) assumiu o cargo.
A denúncia inicial foi protocolada pelo vereador André Luís Monteiro (Patriota), que alegou infrações político-administrativas no contrato de locação sem licitação. Ele seguiu denúncia feita pelo MP (Ministério Público) sobre irregularidades no aluguel do prédio, localizado no número 79 da praça Benedito Meirelles, no Centro. A contratação foi realizada de forma direta, sem contrato escrito, sem justificativa para a escolha do imóvel. A Prefeitura paga R$ 6 mil por mês para a proprietária, Mara Aparecida Braga Vieira, ex-sogra do prefeito e mãe da vereadora Ana Alice Braga Vieira (Podemos).
A decisão, que teve 7 votos a favor e 1 contra, foi baseada no relatório da investigação sobre a instalação do posto de atendimento na cidade, em uma casa, propriedade da ex-sogra do prefeito.
A favor da cassação de Piriquito votaram Carlos Alexandre Rangel, o Xande (PSD), Cláudio Gibelli (Patriota), Zé Fábio Borges (PTB), Liliane Gabriele dos Santos (PL), Gu Castro (PSDB), Simone do Fram (PSDB) e Valdemir Budão (PL). Carlos Roberto Pinto, o Bombom (Podemos), suplente de Ana Alice, que também não pode votar, devido ao vínculo com a proprietária da casa alugada.
Até esta semana, os trabalhos da comissão estavam paralisados desde 7 de junho por determinação da Justiça e pedido da defasa do prefeito, apontando falta de oitivas. A votação foi realizada após determinação da juíza Luísa Tostes Escocard de Oliveira, da 2ª Vara de Aparecida.
Durante a sessão, o vereador Luiz Carlos Ferreira Junior, o Juninho Corpo Seco (Podemos), discordou da condução do julgamento. “Eu votei ao contrário porque essa condução da sessão de julgamento tem irregularidades, tem nulidades. O prefeito não apresentou a sua defesa e nem as contrarrazões. Isso é muito injusto, o Prefeito é vítima”, defendeu Corpo Seco. “Como que o presidente da Câmara marca uma sessão de julgamento sem o prefeito ter apresentado a sua defesa? É injusto, né? Então hoje foi um circo montado, mas nós sabemos que nós estamos num ano eleitoral”. José Fábio Borges redigiu o relatório pela cassação do prefeito Luiz Carlos de Siqueira por crime político-administrativo. De acordo com Borges, foram