Funcionários da Santa Casa de Aparecida decidem por protesto e não descartam greve
Trabalhadores devem esperar respostas antes de parar atividades; categoria cobra décimo terceiro
Rafael Rodrigues
Aparecida
A crise na Santa Casa de Aparecida ganhou novos desdobramentos na última quinta-feira, quando os funcionários do hospital se reuniram em assembleia com o Sindicato dos Empregados nos Estabelecimentos de Saúde de São José dos Campos e Região. A categoria reivindica o pagamento do décimo terceiro salário, que deveria ter sido depositado até o dia 20 de dezembro de 2016.
A maioria decidiu por uma passeata que será realizada na próxima semana, em protesto na porta da entidade. O vice-presidente da entidade que representa a categoria, Martinho Luiz Santos, explicou o motivo de toda essa mobilização sindical. “A empresa não pagou o décimo terceiro salário e a administração disse que não há previsão. E na assembleia decidimos fazer uma manifestação, uma passeata que vamos marcar a data, porque tem todo o procedimento para ser realizada”.
Martinho disse que apesar dos funcionários optarem por uma passeata, uma greve não está descartada de acontecer na Santa Casa de Aparecida. “Não foi descartado fazer uma greve, mas vamos começar com a passeata, e logo após esse movimento vamos fazer uma nova assembleia, e possivelmente a Santa Casa vai enfrentar uma paralisação dos trabalhadores daqui uns dias”.
De acordo com os funcionários, não tem havido negociação entre hospital e trabalhadores. “Não estão tendo diálogo aberto e franco, muito pelo contrário, estão sendo ameaçados por questionarem o pagamento dos salários”.
Paralelo à movimentação, o sindicato informou que deve ingressar ainda esta semana com um processo coletivo, cobrando o pagamento do décimo terceiro e também com relação aos atrasos constantes nos salários do trabalhador. “Eles tem o sustento, e esses atrasos acabam onerando mais o trabalhador, porque vai pagar o aluguel e outros compromissos com multa. Por isso vamos pedir a correção desse salário”.
Outras reivindicações também tem sido discutidas pelo sindicato, entre elas uma melhoria no tratamento da entidade com o trabalhador. “Entre as reivindicações, uma melhora das condições de trabalho, porque eles passam por muita pressão e tem passado por muitos excessos por parte da administração. Motivos simples, que eles poderiam conversar, mas logo já vão aplicando advertência”.
Negou – Sobre outros benefícios, como o pagamento de cestas báscias, o presidente do sindicato disse, “apesar do atraso, o repasse não está deixando de ser feito”.