Famílias têm trinta dias para desocupar casas em Aparecida
Ação de reintegração de posse pode deixar cerca de setenta pessoas sem casa no bairro Santa Terezinha
![Casas do bairro Santa Terezinha; processo determinou retirada de setenta famílias em até trinta dias (Foto: Colaboração)](http://jornalatos.net/wp-content/uploads/2017/09/Santa-Terezinha-1-1024x576.jpg)
Rafael Rodrigues
Aparecida
Moradores da rua Chico Palma, no bairro de Santa Terezinha em Aparecida estão com os dias contados para deixarem suas casas, devido a uma ordem judicial de reintegração de posse. São cerca de setenta pessoas, que moram em 17 casas construídas em um terreno que pertencia a antiga Rede Ferroviária Federal.
A estudante Jessica Mendes, que nasceu no local há 25 anos, relatou que seu avô teve a permissão de construir a casa onde moram. Recebemos uma ordem judicial pedindo ordem de despejo. Sempre tentamos regularizar a área, mas nunca conseguimos. Esse terreno é da antiga Rede Ferroviária, e há muitos anos permitiram que meu avô, construísse, mas agora eles doaram a área para prefeitura e teremos que sair.
A primeira ordem de despejo dava até a última segunda-feira 25, para que as famílias deixassem as residências, mas depois de procurarem a Prefeitura, eles conseguiram um prazo maior. De acordo com a estudante, um oficial de justiça avisou na última sexta-feira (22), que eles tinham mais 30 dias para deixarem as casas.
O secretário de Planejamento de Aparecida, Marco Aurélio de Toledo Piza, revelou durante entrevista a uma emissora de rádio da região que a atual administração ficou surpresa com a determinação, e que o próprio prefeito solicitaria uma dilação do prazo de despejo para auxiliar as famílias. Devido a essa surpresa, foi realizada uma reunião com a área jurídica. Levando em consideração a questão social, pedimos uma dilação de prazo para que as famílias possam ter mais tempo de sair.
Piza explicou que o local pertence ao município, e que a requisição do terreno foi feita em pela gestão de 2005. Aquela área é do município, e a Prefeitura em 2005 ingressou com uma ação de reintegração de posse visando retomar o local, e a Justiça deu uma decisão final.
Ele reforçou que a atual administração vai cumprir a decisão judicial, mas que buscará novas alternativas para as famílias. É bom que se frise que se trata de uma decisão judicial, e a prefeitura não tem muito o que fazer. Se o prefeito não cumprir, será enquadrado na lei de responsabilidade.